Quem gastar alguns minutos lendo os termos da delação
premiada do senador Delcídio verá que praticamente todos os itens do documento
– Pasadena, Bumlai, Cerveró, Sítio de Atibaia – só para citar alguns, de há
muito são do conhecimento geral. A maioria foi manchete de jornais ou capa das
principais revistas por mais de uma vez. A novidade é que os fatos são agora
ratificados na íntegra e com detalhes pela terceira pessoa em importância do
governo petista, nada mais nada menos do que seu líder no Senado. Todos, de uma
ou outra forma, envolvem o ex-presidente Lula, no exercício ou não do seu
mandato.
Nos seus seguidos encontros com a presidente, certamente,
Lula deve gastar bom tempo para alertá-la sobre o risco de que parte
considerável dos integrantes do seu governo terminem nas barras dos tribunais,
ela incluída.
Lula está desesperado e, como é do seu estilo, valeu-se do
chamamento da Lei, por meio de “condução coercitiva, ” de resto aplicada a
todos os demais investigados. Qualquer que fosse a forma de convocação do Juiz
Sergio Moro, ela seria usada por ele para armar o ridículo espetáculo que se
seguiu ao seu depoimento.
E é sobre isso em especial que desejo manifestar nossa
preocupação. Lula, uma vez mais, claramente, incitou à violência fazendo-se de
vítima. “Nós e eles”, “pobres e ricos”, “elite e explorados” e, mais grave, a
convocação do que ele em outra ocasião chamou de “exército do Stedile”. Deveria
ser chamado à responsabilidade por isso. Mais ainda porque não desconhece o
ambiente explosivo que reina no país, fruto do desastre que os treze anos de
experiência petista provocaram. Uma pena que no noticiário sobre o assunto,
parte da mídia embarcasse na imagem de perseguido que Lula tentou passar e,
acreditem, definisse seu “pronunciamento” como o de um “grande orador”.
Incorrigíveis oportunistas como sempre.
Utilizar as Forças Armadas para combater mosquitos, socorrer
populações atingidas por tragédias ambientais, organizar jogos esportivos e
tantas outras ações estranhas à sua real destinação, muitas vezes abusivamente
porque substitui órgãos instituídos, exatamente, para cuidar de tais tarefas, é
uma coisa, mas empregá-las para garantir ou restabelecer a ordem pública depois
do caos instalado é coisa muito diferente. Isso se faz com armas nas mãos, e
armas de guerra. Já vimos, participamos e esperamos que não mais se repita no
nosso País.
Por isso, é essencial que todas as atenções estejam voltadas
para os próximos e temerários passos do ex-presidente, mas sem que se admita
possam seus impensados atos constranger a Justiça no propósito de investigar
cada um dos eventuais delitos por ele praticados. Afinal, a Lei é para todos.
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