quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Governo fora do eixo

Por Reinaldo Azevedo


André Vargas e primo de Gleisi Hoffmann serão interrogados por Moro; senadora entra em pânico


andre_vargas_10Fazendo figa – O ex-deputado federal André Vargas Ilário (ex-PT) será interrogado na quarta-feira (12) pelo juiz federal Sérgio Fernando Moro na ação que apura crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. Na ocasião também serão interrogados Leon Vargas, irmão do ex-deputado, e o publicitário Ricardo Hoffmann. Os dois estão presos em Curitiba por envolvimento no megaescândalo de corrupção que acabou desmontado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

O interrogatório de André Vargas e Ricardo Hoffmann provoca nova onda de medo e pânico na senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva. Vargas foi coordenador e arrecadador das campanhas de Gleisi e do marido, ou seja, sabe muito mais do que o outrora “casal 20” gostaria.

Ricardo Hoffmann, primo distante da senadora, que hoje renega o parentesco, era associado a Vargas em um esquema criminoso que rendeu gordos ‘pixulecos’ para a dupla na Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde.

Os interrogatórios marcam a fase final do processo de Vargas e Hoffmann. Depois de ouvir os acusados, Moro deverá conceder os prazos legais para alegações finais do MPF e das respectivas defesas. Em seguida, caso nenhuma nova diligência seja solicitada e autorizada, Sérgio Moro poderá proferir a sentença. Como a expectativa de Vargas e Hoffmann é a condenação a longas penas de prisão, o temor é que ambos tentem se beneficiar de um acordo de delação premiada, algo que seria desastroso para Gleisi.

O MPF aponta que a agência de publicidade Borghi/Lowe, que controla contas publicitárias da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde, solicitava a empresas subcontratadas (E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes) serviços de publicidade legais, entretanto, as orientava a realizar pagamentos de comissões devidas (no valor de 10% dos contratos) para contas das empresas Limiar Consultoria e Assessoria em Comunicação, com sede em Curitiba, e LSI Soluções em Serviços Empresarias Ltda., com sede em São Paulo, controladas por André Vargas e seu irmão Leon. De acordo com as investigações, a LSI e a Limiar eram empresas de fachada. Estes valores, segundo os procuradores, chegam a R$ 1,1 milhão.

Apurações da Polícia Federal e da força-tarefa do MPF também indicam que as empresas LSI e Limiar receberam, entre os anos de 2009 e 2014, outros R$ 4.086.084,29 em 200 depósitos de empresas dos mais variados setores. As informações constam de uma planilha apreendida na residência do ex-parlamentar em Londrina e também de informações repassadas pela Receita Federal por meio da declaração do imposto de renda retido na fonte dos respectivos anos.

Do valor total identificado na investigação, R$ 3.170.292,02 teriam sido depositados nas contas da LSI, como identifica a planilha apreendida na cara residência de André Vargas. Os recursos foram repassados entre os anos de 2011 e 2014. Já as informações sobre os depósitos na conta da Limiar, repassadas pela Receita Federal, indicam depósitos de R$ 915.792,27 entre os anos de 2009 e 2012.


Vargas é réu em outra ação penal e responde por lavagem de dinheiro e sonegação fiscal por meio da compra de um imóvel de luxo em Londrina. Ele segue preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais. Leon Vargas ficou na carceragem da PF por cinco dias e não teve o pedido de prisão prorrogado. Já Ricardo Hoffmann continua preso na PF. O empresário tentou acordo de colaboração premiada com o MPF, mas as negociações até agora não avançaram

Catalepsia Política

Por Gen Ex Maynard Marques de Santa Rosa

A propaganda ideológica e as promessas enganosas que semearam o paraíso na mente do povo não mais conseguem evitar o panelaço urbano e o clamor dos protestos nas redes sociais.

Em 1961, um ensaio científico da psicoterapeuta alemã Marie Louise Von Franz, compilado no livro O Homem e Seus Símbolos, afirmava que: “Quando se manipula a opinião pública com apelos antinaturais, provoca-se uma repressão dos instintos, que causa dissociação neurótica e enfermidade mental. Os manipuladores podem alcançar sucesso temporário no início, mas acabam por fracassar a longo prazo”.

Marie Louise era pesquisadora máster da equipe do Dr. Carl Gustav Jung, criador da teoria dos arquétipos. Ele próprio já havia demonstrado que os grupos humanos adquirem personalidade coletiva e agem à semelhança do ser individual.

Evidentemente, Antonio Gramsci ignorava essa verdade, quando redigiu os seus Cadernos do Cárcere, assim como, também, os intelectuais do Foro de São Paulo, ao trocarem o modelo leninista pela Revolução Passiva.

Os ideólogos de esquerda, fazendo uso massivo da arma psicológica, em três décadas, demoliram os referenciais morais e desfiguraram os traços culturais da identidade nacional, mas não conseguiram alcançar a meta primordial: “substituir os fundamentos da sociedade burguesa pelos da sociedade marxista”. Portanto, é uma constatação alvissareira o fracasso da doutrina de Gramsci no Brasil, não obstante o legado da profecia de Marie Louise: “dissociação neurótica crônica”, com prejuízo da harmonia social.

Ironicamente, parece que a maior afetação se deu no estamento político, como indicado pelos atuais sintomas de alienação e perda do discernimento. O partido governante busca no marketing a solução da crise. Os da oposição lançam-se à disputa dos despojos do poder, sem aparentar preocupação com os destinos do país. O clima político é dominado por uma espécie de morbidez cataléptica, que mantém viva a percepção dos sentidos, mas paralisa a capacidade de agir.

Evocando a dimensão psicológica em cujo âmbito atua a malfadada doutrina, cabe o alerta de Jung: “Grupos, comunidades e até mesmo povos inteiros podem ser tomados por epidemias psíquicas”. Sob pressão de uma crise, podem aflorar à consciência coletiva os arquétipos mais recônditos do inconsciente, inclusive os da barbárie, para semear devastação e tirania.



PRF prende deputado petista por desacato no Rio Grande do Norte



Carlos Augusto Maia (PTdoB) foi abordado no dia 01/08/2015 em Caicó. Imagens foram cedidas pela PRF do RN.

A abordagem ao deputado aconteceu durante uma blitz da Lei Seca realizada pela Polícia Rodoviária Federal, em Caicó, na região Seridó potiguar, no último sábado 01/08/2015.

O parlamentar foi detido pelos agentes da PRF por desacato e levado para a delegacia.

Nesta quarta-feira (5), o delegado de Caicó, Helder Carvalhal, afirmou que não entendeu que houve desacato por parte do deputado. Em um despacho remetido à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, o delegado escreveu: "Não consegui enxergar o desacato e resistência. (...) Não vi excesso por parte do deputado".

A PRF por sua vez afirmou que a declaração do delegado causou estranheza à instituição "tendo em vista que ele não é a autoridade competente para atuar no caso e o papel dele seria apenas o de colher informações para subsidiar as instituições competentes, no caso a Polícia Federal e o Ministério Público Federal".