[ATENÇÃO: CENAS
FORTES DO CADÁVER NO FIM DESTE POST.]
Quem acompanha este
blog sabe o quanto pressionamos as autoridades - aqui, na
revista e no site de VEJA - a prender o traficante
Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, que estava foragido desde o dia 26 de
agosto de 2009, quando se aproveitou do direito ao regime semiaberto, saiu do
Instituto Penal Ismael Pereira Sirieiro e não retornou.
Depois de
seis longos anos, este sábado é um dia histórico no combate à
criminalidade no Brasil:
Playboy foi morto
durante um confronto com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais
(Core) da Polícia Civil e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da
Polícia Federal, numa ação conjunta no Morro da Pedreira, em Costa Barros, na
Zona Norte do Rio de Janeiro.
No início do ano,
Playboy deu uma longa entrevista para VEJA. Filho de um
jornaleiro e criado no bairro de Laranjeiras, onde estudou no colégio de mesmo
nome, o garoto classe média se envolveu no crime ao roubar carros, depois
apartamentos, até virar traficante e se tornar o criminoso mais procurado do
país.
A escola não tirou Playboy do crime, assim como não tirou
Fernandinho Beira-Mar, que está preso e deverá passar o resto da vida na
cadeia. Os dois maiores bandidos do Brasil são a prova do quão embusteiro e
cínico é o discurso de esquerda que prega a escola como solução para
a criminalidade.
Foi no Complexo da
Pedreira, em Costa Barros, que Playboy tornou-se poderoso, controlando uma
quadrilha com mais de 100 fuzis e invadindo outras favelas para estender o
domínio da facção Amigos dos Amigos (ADA). O vídeo tragicômico abaixo, que
montei em maio, dá uma ideia do poder que tinha o bandido.
A morte de
Playboy, como informa o site de VEJA, é um duro golpe na quadrilha e,
talvez, um pouco de paz para moradores do Complexo da Maré. A região
considerada o Quartel General da ADA vive em guerra há mais de 30 anos,
há cinco, foi tomada pelos rivais do Terceiro Comando Puro (TCP).
“Aquilo lá é uma
obrigação. Quando o exército sair, vamos retomar o que é nosso”, dizia Playboy.
Contra o bandido,
havia pelo menos 22 mandados de prisão, a maioria por roubo e homicídio,
além de anotações por tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Foram seus
comparsas que posaram submersos ostentando três fuzis na piscina da Vila
Olímpica Félix Mielli Venerando, em Honório Gurgel, inaugurada em 2012 para
formar talentos para os Jogos de 2016.
“Adorei a piscina,
esculachou. Mó complexão, tá tudo dominado”, disse Playboy no áudio
abaixo, em que manda recado para seus inimigos e posa de defensor dos
pobres, como a esquerda ensinou aos bandidos.
“Tu acha que tu pode
aguentar nós, Biscoitão? Tu acha que tu pode aguentar nós, Bessa? Nós com 80
fuzil, toda hora quebrando tudo aí? Qual é, Bessa, tudo deu foi sorte, teu
cuz**. Tá ligado? Os morador é gente à vera, não aguentava mais. Só
roubo bobo pela beirada, po***. Só roubando morador. Só roubando pessoal aí de
perto, bagulho feio. Nosso roubo é só roubo de rico, pô. É caixa eletrônico, é
só dinheiro, é banco, é carro forte. Nós não rouba pobre não, seu cuz**.”
A frase de
Playboy para que os inimigos se rendessem e mudassem de lado ficou até famosa:
“Ó, papo é reto. Quem quiser pular o muro tá baixo. Certo,
cumpade? Nós tá na pureza.”
Líder da quadrilha
que mais roubava cargas de cigarros, eletrônicos e bebidas do mundo, como
revelara VEJA em 2014, Playboy tinha um monte de inimigos
bandidos, como o ainda solto Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho
Guarabu.
Num belo dia,
Playbou o roubou, levou vários fuzis e mudou de facção. Guarabu tentou muito,
mas não conseguiu matá-lo.
Hoje deve estar
celebrando e se divertindo com o meme abaixo e as fotos do
cadáver:
Perdeu, Playboy!