quinta-feira, 16 de julho de 2015

16/08 #VemPraRua

Por Reinaldo Azevedo


Dilma “A Cafetina da Luta Armada”

Por Fernando Gabeira

A presidente foi traída pela delação. Passei a semana navegando pela costa do Maranhão, caprichosamente desenhada pelo mar. São as Reentrâncias Maranhenses, e as percorri já dentro dos limites da Amazônia Oriental. Meu objetivo era o arquipélago de Maiau. Ao chegar mais próximo dele, o nome das cidades já tem um traço indígena: Cururupu, Apicum Açu. Deixei para trás uma grande crise política. Na Ilha dos Lençóis, consegui ver com os nativos alguns noticiários de tevê. Impressionou-me o impacto da Bolsa Família nessas ilhas maranhenses: a maioria dos habitantes ganha salário do governo.

Quando as notícias eram sobre corrupção na Petrobras eles associavam seu lamento à situação da saúde pública: tanta gente precisando, os hospitais caindo aos pedaços. A tese de Dilma de que não respeita os delatores, comparando-os aos que trocaram de lado no período da ditadura, entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

O que penso sobre isso ficou claro num artigo que escrevi, criticando a má-fé dos que comparam os delatores premiados a Judas e Joaquim Silvério dos Reis.

Na Ilha dos Lençóis não existe polícia, nem uma cultura antipolicial. Os problemas são resolvidos pela comunidade. Um criminoso jamais pode fugir porque da ilha só se sai de barco e, passando a voz, os barqueiros se recusam a tirá-lo de lá.

Considero uma farsa comparar um empresário que enriquece com a Petrobras com os militantes que deserdaram na luta armada. Naquela época havia tortura. A denúncia, por mais condenável, visava à preservação física. E havia também um compromisso coletivo de tudo fazer para preservar a vida e a liberdade dos companheiros soltos. Será que Dilma considera o grupo de empresários que manobrava as licitações na Petrobras companheiros que devam resistir a tudo para salvar os outros e o projeto do socialismo? Será que considera que o grupo mafioso formado por políticos e milionários tinha nosso mesmo objetivo pretérito: o socialismo, a ditadura do proletariado? Não acredito que ela coloque os interesses nacionais de uma investigação no mesmo nível das torturas e prisões do período militar.

Ela não é tão pouco inteligente assim. Como comparar um sonho, ainda que equivocado, de transformação social, com o propósito puro e simples de roubar a maior empresa estatal? Será que ela considera todo o núcleo desbaratado e preso pela Polícia Federal uma célula transformadora, com outros objetivos além de enriquecer e se perpetuar no poder? Não acredito que ela confunda a VAR- Palmares com o Clube dos Empreiteiros. Nem que ela considere o Ricardo Pessoa aquele Bom Burguês, um homem rico que ajudava o MR8.

O lugar onde estou é muito louco. Dunas intermináveis, o vento forte, a crença de que o Rei Dom Sebastião, morto em 1578, em Alcacer Quibir, está enterrado aqui com seu cavalo branco e todas as joias que conseguiu trazer. No entanto, pareceume uma loucura maior uma presidente do Brasil dizer, nos EUA, com todas as letras, que não respeita delator, assim de forma abstrata, como se colaborar com a polícia fosse uma das maiores baixezas humanas. Se a mensagem que Dilma e o PT querem transmitir de que o roubo na Petrobras se equivale à resistência armada e de que a corrupção é apenas uma continuidade no combate ao capitalismo, tenho razões para protestar.

Escrevi muita coisa criticando a luta armada. Estou cansado de tocar no assunto. Infelizmente, tenho de voltar a ele por uma questão de justiça: a resistência era feita por idealistas. Mesmo quando se assaltava um banco, arriscava-se a vida. O dinheiro, ao que me consta, não era tocado por indivíduos mas destinado à organização. Os assaltos eram feitos com declarações políticas inequívocas. Ninguém enriqueceu. Pelo contrário: os que não aderiram ao PT têm grandes dificuldades, como todos os brasileiros.

Dilma atua, nesse caso, talvez inspirada pelos marqueteiros, como uma cafetina da luta armada. Tenta justificar um assalto aos cofres públicos desqualificando os assaltantes que se arrependeram e querem devolver o dinheiro ao país. No seu discurso, acusados pelo rombo na Petrobras, ela, Lula e os tesoureiros que ainda estão soltos substituem os idealistas da resistência.

Ninguém deve ter acreditado no argumento de Dilma. Vejo que seu índice de rejeição está nas alturas. Não pretendia voltar ao tema, mas ele introduz uma novo atalho para a impunidade. Sabe com quem está falando? No passado, descobertas no crime, autoridades se escudavam no poder. Na versão atual, mistificadores escondem-se atrás do próprio passado.

Alguns presos do mensalão entraram de punho erguido na cadeia. Eles queriam dizer que a prisão era apenas a continuidade de sua luta. Dilma achou a maneira simbólica de erguer o punho, ao ser revelado o elo do petrolão com sua campanha. Foi traída pela delação. Mesmo quando arruínam o país, querem passar por incompreendidos salvadores.


Dilma Governanta: Discurseiras 2015

A cor da bandeira mexicana



Galáxia Rio de Janeiro



Tudo em casa


Conquista do Fogo



Saudação à mandioca

Militares, Continência. Raiva, medo ou idiotice? Atletas que prestam continência para o Hino Nacional irritam esquerda brasileira...


Raiva, revanchismo ou pura idiotice? Atletas que prestam continência para o hino nacional irritam esquerda brasileira.

A esquerda brasileira, em época de baixo status e fracassos repetidos, tenta se agarrar a tudo que surge para tentar denegrir os sentimentos mais nobres que ainda sobrevivem em nosso país. Desta feita querem criticar o zelo pelos símbolos nacionais.

Essa semana a Revista carta Capital, ao invés de exaltar os atletas que receberam medalhas no pan, resolveu criticar a continência que alguns deles fizeram no momento em que o hino nacional foi tocado. Lembrando que os símbolos contém em si os ideais pelos quais todos os verdadeiros patriotas lutam, ordem, progresso e amor a pátria. Prestar continência, colocar a mão no coração ou cantar o Hino Nacional Brasileiro significa, acima de tudo, concordar em lutar por esses ideais.

Carta comparou gestos nobres de nossos atletas a saudações de grupos criminosos, como os panteras negras.

Carta capital publicou:

“Bater continência no pódio não deixa de ser uma manifestação ideológica, o que é historicamente proibido pelo Comitê Olímpico Internacional – basta lembrar o caso dos atletas expulsos dos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968, após fazer a saudação dos Panteras Negras no pódio dos 200 metros rasos. E, se o Comitê Olímpico Brasileiro proíbe que atletas expressem suas posições ideológicas em época de competição, como fez a nadadora Joanna Maranhão ao gravar vídeo se posicionando contra a redução da maioridade penal, por que aceita que outros façam saudação militar no pódio depois de receber medalha?”

Que coisa ridícula! A citada revista faria melhor se deixasse uma página em branco do que escrever essa idiotice, essa expressão máxima de “anti-Brasil” que parece correr nas veias de grande parte da esquerda que está no poder.

Parabéns para os nossos atletas, e para as instituições militares que tem fornecido apoio para esses homens e mulheres.

Demos uma passada pela rede social e campos de comentários da Carta Capital, dos cerca de 5000 comentários no facebook, lemos uns 300, não conseguimos encontrar nem um que concordasse com a posição da CARTA.

Um leitor escreveu: “A ideologia está na cabeça de quem escreveu, bem do lado da ignorância e à frente da imbecilidade. O que é isso, falta de assunto ou incompetência linguística???

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Obs1: Hoje (15/07) pela manhã o artigo de Carta Capital havia sido removido. Estava em: http://esportefinal.cartacapital.com.br/atletas-brasileiros-continencia-podio/  Deve ter isso para a discussão da editoria, sobre deletá-lo definitivamente. Obs2:Retornou as 11 horas. veja abaixo alguns comentários.




Petrolão: José Dirceu não desiste e pede acesso integral aos autos da Operação Lava-Jato


jose_dirceu_42Sol quadrado – Ex-ministro da Casa Civil no governo Lula e mensaleiro condenado à prisão pelo STF, José Dirceu de Oliveira e Silva solicitou ao juiz federal Sérgio Moro, na terça-feira (14), “acesso integral” aos autos da Operação Lava-Jato. O pedido de Dirceu, subscrito por seus advogados, se dá no momento em que o ex-ministro teme que esteja “sob iminente ameaça de prisão”.

Após a delação do lobista Milton Pascowitch, que afirmou que seus contratos de consultoria disfarçam propinas do esquema de corrupção na estatal petrolífera, o petista está convencido de que pode ser o próximo alvo da Lava-Jato. Por isso, no dia 2 de julho, o investigado entrou com pedido de liminar em habeas corpus preventivo no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), mas o recurso foi negado. Agora, José Dirceu aguarda que a decisão seja reconsiderada na 8ª Turma, formada por três desembargadores. A decisão deve sair nesta quarta-feira (15).

O medo de Dirceu aumentou consideravelmente após a Polícia Federal incluir sua empresa, JD Assessoria e Consultoria, em um grupo de 31 empresas “suspeitas de promoverem operações de lavagem de dinheiro” em contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A construção foi iniciada em 2007 e deveria custar R$ 4 bilhões, mas já consumiu mais de R$ 23 bilhões da Petrobras.

O documento da PF é o primeiro de uma série de perícias técnicas que apontam um porcentual de desvios na Petrobras de até 20% do valor de contratos. O porcentual é superior aos 3% apontados até aqui na Lava Jato, que incluía apenas propina dos agentes públicos e políticos. A JD – que passou a ser usada por Dirceu para dar consultorias e palestras após sua saída do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006 – integra a tabela de empresas indicadas “como operadoras de lavagem de capitais”.


“No período compreendido entre 31 de maio de 2010 e 28 de fevereiro de 2011, foi identificada movimentação financeira da empresa Construções e Comércio Camargo Corrêa S/A para a empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda., num montante de 844,6 mil reais”, informa a perícia. (Danielle Cabral Távora)

Corrida pela Presidência: Marina se destaca e tucanos têm apenas um candidato forte, mostra pesquisa



De olho em 2018, levantamento do Paraná Pesquisas aponta que o eleitor quer ver o PT pelas costas. Pesquisa feita no Rio de Janeiro mostra Marina Silva e Aécio Neves no topo da lista de preferência. Acompanhe os detalhes com Joice Hasselmann.

O porto secreto do Irã na Venezuela

Por Antonio Maria Delgado

A base seria o lar de silos de mísseis balísticos de médio alcance.

O projeto venezuelano de aviões não-tripulados - conhecidos como M2 - está a cargo do engenheiro da Guarda Revolucionária Iraniana, Ramin Keshavarz.

O porto secreto do Irã em Paraguaná, Venezuela, está a apenas 1.880 quilômetros de Miami: a 3.095 quilômetros de Washington DC e a só 988 quilômetros da cidade de Bogotá, Colômbia.

O sistema de foguetes iranianos está capacitado para alcançar facilmente essas distâncias. Só resta saber se o Irã desenvolveu ogivas nucleares para armar seus mísseis. Deve-se levar em conta que o sistema missilístico iraniano de longo alcance classe Shahab-3, pode alcançar alvo de até 5.000 quilômetros.

O governo venezuelano cedeu ao Irã desde há cinco anos o uso de um estaleiro na Península Paraguaná, que é usado pelo país islâmico como porto privado para ingressar equipamentos e material sob um manto secretíssimo, disseram fontes próximas à situação.

O estaleiro Astinave encontra-se no ponto geográfico venezuelano mais próximo dos Estados Unidos e do Canal do Panamá, enquanto que a península foi identificada por fontes de inteligência ocidentais - citadas em duas reportagens do diário alemão Die Welt - como o lugar escolhido pelo Irã para colocar alguns de seus mísseis balísticos de médio alcance.

Um documento obtido por El Nuevo Herald assinala que o governo venezuelano contratou a empresa Iranian Offshore Engineering & Construction Company (IOEC) para que ampliasse o estaleiro, situado no estado Falcón, e que havia sido previamente expropriado pelo governo de Hugo Chávez. O documento - assinado em 2010 por Asdrúbal Chávez, primo do presidente, representando a PDVSA Naval - contempla a construção de um pátio para a fabricação de plataformas.

Porém, fontes próximas à situação disseram que o pessoal iraniano nunca saiu das instalações, enquanto que os empregados venezuelanos que se encontravam lá, foram enviados para suas casas e nunca se lhes permitiu voltar, em que pese que continuam recebendo seus salários. “O contrato é só uma cobertura, o mecanismo utilizado para justificar a presença do pessoal iraniano. Porém, no momento em que foi assinado, em 2010, no momento em que isso ocorreu, o Irã passou a ter controle absoluto de um porto totalmente independente da Venezuela”, disse uma das fontes que falou sob a condição do anonimato.

“É um estaleiro, mas ao ter os guindastes que tem e ao ter o dique que tem, não necessitas atracar nenhum navio em Puerto Cabello, nem em La Guaira, nem em Güiria, nem em Maracaibo porque já controlas um. Só tu e exclusivamente tu”, disse a fonte. Outra fonte, pertencente à Armada venezuelana, disse que um elevado número de contêineres foi recebido por navio em Astinave e que os contêineres já vazios foram colocados de um lado das instalações, onde permanecem no esquecimento.

A prática chama a atenção devido aos elevados custos dos contêineres que normalmente passam pouco tempo vazios antes de ser devolvidos ou usados para carregar nova mercadoria. O Irã, cujo ex-presidente Mahmud Ahmadinejad se reuniu com Chávez em Caracas, conduz várias misteriosas operações bélicas na Venezuela, inclusive o desenvolvimento de um avião não-tripulado.

Documentos obtidos previamente por El Nuevo Herald e fontes próximas à situação, revelaram que o projeto venezuelano de aviões não-tripulados - conhecidos como M2 - está a cargo do engenheiro da Guarda Revolucionária Iraniana, Ramin Keshavarz, que antes trabalhou em uma das companhias de defesa do país islâmico que foram sancionadas internacionalmente por sua provável relação com os programas de mísseis. Essas operações estão atualmente sendo investigadas pelas autoridades norte-americanas.

Segundo uma série de artigos publicados por Die Welt, Irã e Venezuela teriam assinado um pacto secreto para a construção de uma base missilística na península de Paraguaná. Sob as condições do pacto, as instalações seriam operadas por pessoal iraniano e o país islâmico estaria em condições de fazer uso dos mísseis contra os Estados Unidos em caso de ser atacado pelo Ocidente.

O diário alemão disse, citando fontes de inteligência ocidentais, que a base seria o lar de silos de mísseis balísticos de médio alcance. O Irã atualmente conta com um míssil balístico com um alcance de 1.280 quilômetros, o Shahab-3, e uma variante deste modelo com um alcance de 1.930 quilômetros, e desenvolve o mais moderno Ghadr-110, com um alcance de mais de 2.500 quilômetros. O Departamento de Estado disse há alguns meses que não tinha evidência que respaldasse os artigos de Die Welt, enquanto o governo venezuelano negou enfaticamente sua existência.

“Nós desmentimos que em Paraguaná haja uma instalação militar de país estrangeiro”, assegurou o vice-presidente Elías Jaua. “Já havia sido lançada em dias anteriores, uma destas panelas que o império norte-americano fabrica em seus laboratórios de guerra suja, para continuar agredindo a Venezuela”. Não obstante, o diário alemão reportou que um grupo de engenheiros de Jatam, a Guarda Revolucionária Iraniana, e uma empresa de construção de propriedade de Al-Anbia, visitaram as instalações que estão sendo construídas na península em várias ocasiões.

Uma destas visitas foi realizada em fevereiro, na qual teria participado o comandante da Força Aérea da Guarda Revolucionária Iraniana, Amir Al-Hadschisadeh, que aprovou os planos junto com os sócios venezuelanos. A intenção expressa nessa ocasião pela delegação iraniana, era a de desenvolver uma infra-estrutura de proteção contra ataques aéreos. Também está prevista a criação de uma estação de comando e controle, a construção de zonas residenciais, torres de vigilância e bunkers para eventualmente armazenar ogivas nucleares, combustível de foguetes e outros elementos, assinalou o diário.

Os planos da empresa de construção Jatam Al-Anbia incluem um sistema oculto para o derramamento de gases tóxicos, precaução necessária para manter em segredo a localização da instalação, sem chaminés ou árvores de grande ventilação detectáveis desde o ar. De acordo com a informação do diário alemão, a delegação iraniana também obteve dinheiro em espécie para gastos iniciais do projeto durante sua visita à Venezuela.


Tradução: Graça Salgueiro


O recado grego para o Brasil

Por Erik Farina

O presente que os gregos nos enviam vem em formato de reflexão: estamos nós, brasileiros, seguindo os mesmos passos que os levaram ao buraco?

Um Estado inchado e generoso em benefícios sociais, combinado à baixa produção da indústria, deixou a Grécia perdida em um labirinto de onde nem Teseu conseguiria achar uma saída fácil. E as semelhanças com o Brasil são perturbadoras.

Emaranhado em um sistema previdenciário distorcido, com muitos privilégios e aposentadorias precoces, o Brasil drena o equivalente a 9,1% de suas riquezas para pagar pensões. A proporção deve dobrar até 2050: nos aproximaremos, portanto, dos gastos da Grécia (15% do Produto Interno Bruto) em vez de caminhar para o patamar de nações que lidam melhor com esses benefícios, como os Estados Unidos (7% do PIB).

É indiscutível que, se comparados aos gregos, ainda estamos a certa distância de abrir a caixa de Pandora. A dívida por lá chega a 177% do PIB (ou seja, seria necessário utilizar todas as riquezas do país por quase dois anos seguidos para satisfazer os credores). Mas observe a velocidade com a qual nos aproximamos: de 2010 para 2014, nossa dívida passou de 53,4% para 63,4% do PIB. E isso não nos garantiu desenvolvimento, mais produtividade ou protagonismo no mercado global.

A lógica que naufragou os gregos e sorri sorrateiramente em nossa direção é a de que não se pode distribuir uma riqueza que não se tem. Em algum momento, a fonte seca. Na ausência de uma produção que alimentasse o tesouro do país, os gregos recorreram a empréstimos para sustentar seu padrão de vida. Até que veio a crise de 2008, e os donos do dinheiro sumiram. Eis outras duas semelhanças a terras tupiniquins: nossa credibilidade anda em baixa, e nossa indústria, cambaleante — em maio, a produção desabava quase 9% em comparação com um ano atrás.

E o que vem pela frente não anima. Talvez inspirada pela mitologia grega, nossa classe política parece olhar a realidade através de um filtro fantasioso. Em plena discussão sobre caminhos para amenizar a calamidade das contas públicas, eis que o Senado aprova um reajuste de 78% para servidores do Judiciário.

Não temos por aqui Orfeus, Odisseus ou Cadmos para nos resgatar — ou uma zona do euro sólida para nos dar credibilidade. Contamos com nossos Renans e Cunhas e Dilmas. Teremos que encontrar nossa própria saída do labirinto.