Por Valmir Fonseca
Há muito tempo a sociedade nacional vem se portando como
omissa. Como muitas outras, é claro.
Vemos o que ocorreu e ocorre em vários países, inclusive na
América Latina.
Sabemos como o peronismo arrasou a Argentina, como Fidel
afundou Cuba e como Chávez trucidou a Venezuela. Poderíamos prosseguir com
outros abusos de tiranetes, e de como a gentalha daqueles países sobrevive com
aqueles escroques populistas e suas tiranias.
Em muitas oportunidades, citamos como o nosso populacho
gosta de sair às ruas, não pela liberdade nacional ou pela cidadania.
A nossa gente sai para assistir às paradas gays, para os
desfiles carnavalescos e para as apoteóticas apresentações festivas.
As massas lotam espaços para shows de qualquer espécie e
vibram em uníssono para as grandes apresentações populistas. De maviosos
sertanejos, cantores funks e de damas que graciosamente rebolam o seu imenso
traseiro.
A imprensa nos inunda dilacerando toda a espécie de golpes e
malfeitos realizados graças ao dispêndio de famosos “consultores”, que sem
força arrecadaram milhões de reais para si, para os partidos e para os
políticos. É uma orgia.
Ao populacho impressiona o tamanho das cifras desviadas,
tudo do Tesouro Nacional. Mas qual, se é do Tesouro, é dos outros, pois o
nacional acredita que ele não foi roubado, e sim os demais, um bando de
trouxas.
O BNDES para eles é uma instituição financeira alienígena,
talvez do planeta Marte, portanto...
Na mídia pululam os nomes, alguns presos, outros soltos e
uns ignotos às vésperas de prisão (?).
Figuras conhecidas estão atoladas até a pleura em todas as
investigações. Nada desconhecido pelos que acompanham há longo tempo as
patifarias nacionais.
Quase todas as malandragens e seus artífices eram
conhecidos, e como sabemos, transitavam incólumes nas entre linhas.
Mas, agora, o que poderá acontecer?
Meus preclaros, já vimos que aqueles que detêm o poder estão
fora das malhas da justiça.
A égide da impunidade está debruçada sobre a nossa cretina
sociedade e, apesar das cruentas e nojentas verdades que pululam na imprensa,
nós acreditamos que ao longo do tempo, por artes da nossa omissão e do terrível
conluio que dominam os nossos três maléficos poderes, nada acontecerá, e breve,
tudo estará “como dantes no quartel de Abrantes”.
Portanto, apesar da podridão que assoma diante de nós, a
descrença sobre as nossas qualificações e cidadania são tão desmoralizadas, que
o nosso pessimismo nos diz que a atual podridão será devidamente escamoteada e
que nada mudará.
Pobre Brasil que está acostumado a conviver com mandriões e
patifes e, que, certamente, nada fará para expulsá-los como devia.
Perdoem os nacionalistas, porém os jeitosos são em número boçalmente
superior.
Esta é a nossa cruenta e nua realidade.
Alguém acredita que a “inútil” será responsabilizada, e que
a “melíflua metamorfose”,agora vulgo o “Brahma” um dia será preso?
Aqueles que se apegam à tênue esperança em nossa justiça
nativa, que Deus os perdoe, pois não eles sabem o que fazem.
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Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General de Brigada,
reformado.