Por Gen Bda Paulo Chagas
Caros amigos
Foi simplesmente ridícula e sem conteúdo a “apresentação”
dos ministros Miguel Rossetto e José Eduardo Cardozo, dando resposta à
estrondosa manifestação da sociedade em repúdio ao governo que representam e ao
partido que os abriga.
Tiveram o caradurismo de anunciar, de boca cheia, que a
governanta Dilma Rousseff está para anunciar “firmes medidas” de combate à
corrupção. Logo ela, cuja inclusão entre os denunciados do mais escabroso caso
de desvio de recursos públicos da história é, aparentemente, apenas uma questão
de tempo.
Por outro lado, as “medidas” a serem anunciadas dificilmente
atenderão às expectativas da população, já que serão o mesmo que aceitar as
sugestões de uma raposa para prevenir o roubo dos ovos e das galinhas do
galinheiro!
Os jograis da corte petista tentaram ainda encantar a
platéia com a cantilena do “diálogo com a sociedade”. Mas a que tipo de diálogo
estará disposto um governo que ameaça a sociedade com a violência de um
“exército” como o do Stédile e que tem como modelo e meta a democracia
bolivariana, praticada “até a demasia”, por Nicolás Maduro, na Venezuela?
No último domingo, o mundo assistiu à maior demonstração de
repúdio a um governo jamais vista em Terras de Santa Cruz, no entanto, para o
divertido Sr Rossetto, os protestos, embora legítimos, envolveram apenas as
pessoas que não votaram em Dilma, o que, pelo gigantismo do efetivo envolvido,
em comparação com a infimidade do grupo de mercenários reunidos dois dias antes
para apoiá-la, permite associar a afirmação à suspeita de que tenha realmente
havido fraude na eleição que a manteve no poder!
Para o prestidigitador Rossetto, são ilegítimos o golpismo,
a intolerância e o impeachment que, agora, agridem a democracia, todavia, se
perguntado sobre a legitimidade de outros movimentos, tipo “Fora Collor” ou
“Fora FHC”, liderados por seu partido, obviamente, pela rapidez da manipulação
retórica, burlando a atenção da coerência, afirmaria o contrário.
Cardozo, no papel de “porquinho bufão”, elogiou, admirado,
vis-a-vis do comportamento antagônico registrado nos movimentos do seu partido
e do “exército de gafanhotos” do Stédile, a legalidade e o respeito com que
foram realizadas as manifestações que o levaram, às pressas, à presença da
apreensiva governanta, para “bolar” um roteiro para a patética “performance”
que ele e seu parceiro de ministério desempenharam na tarde de domingo.
Contrariando seu “dupla”, o Sr Cardozo afirmou que o Brasil
está muito longe de golpismos e que o governo está atento e disposto a ouvir a
voz das ruas e o som das panelas, em contraste, segundo ele, com a cultura
adquirida no período dos governos militares, há cinqüenta anos, esquecendo (?) de comparar a liberdade de
opinião, ainda existente no Brasil, à truculência do modelo venezuelano que eles querem ver
implementado por aqui.
Referindo-se à corrupção na Petrobras, largamente denunciada
no Movimento Cívico de 15 de Março, em invejável ousadia, o acrobata das
palavras, José Eduardo Cardozo, atribuiu ao governo, claramente envolvido e
beneficiado pelo esquema, a responsabilidade pela “descoberta” da artimanha!
Chamou o sistema político-eleitoral vigente de porta de
entrada para a corrupção no país. Obviamente que o fez com conhecimento de
causa, porquanto foi por ela que o seu partido entrou, ficou e tornou
exponencial o dreno dos recursos públicos que hoje são encontrados em todos o
paraísos fiscais conhecidos e desconhecidos.
Se agora, que a vaca tossiu e está indo para o brejo, o
governo está atento e disposto a ouvir a voz das ruas, aqui vai uma sugestão
clara, precisa e concisa como devem ser os bons conselhos:
“Colaborem com as investigações em curso na Justiça e no
Parlamento e revelem os crimes eleitorais e de corrupção de que têm
conhecimento. Renunciem a seus cargos e respondam pelo que fizeram ou deixaram
de fazer. Revelem o que sabem sobre a participação do seu “guia espiritual”, Sr
Lula da Silva, e da sua (dele) afilhada, Dilma Rousseff, nos ilícitos
investigados e saiam, todos juntos, da vida pública nacional com o benefício da
delação premiada”.
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(*) Jogral, o mesmo que divertido, burlesco ou risível, era
o artista profissional que tanto atuava nas praças públicas, divertindo o
público, assim como nos palácios senhoriais, neste caso assumindo o papel de
bufão. Ganhavam a vida atuando perante o público, para recreá-lo com charlatanices
ou com prestidigitações, acrobacias e mímicas.