segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Com a palavra a DAMA DE FERRO:
Não existe essa coisa de dinheiro público...

Por Margareth Thatcher


"Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos." - Margareth Thatcher

Fonte: YouTube

O editorial da revista VEJA

Por Nivaldo Cordeiro


O editorial da revista Veja que está nas bancas cometeu um grande equívoco ao dizer que é simples erro do PT tenta fundir o partido com o Estado. Essa será talvez a mais antiga tentativa revolucionária, que é o que o PT quer fazer por aqui. Viu-se, todavia, que o Estado é maior do que o partido por ocasião do mensalão e agora do petrolão. As falcatruas poderão custar o mandato de Dilma Rousseff.

Fonte: YouTube

Eles acham que somos débeis mentais?

Por Arnaldo Jabor


Fonte: YouTube/CBN

REMINISCÊNCIAS: Comparem o BRASIL de Ontem, e, o BRASIL de Hoje!

Por Adolpho Adduci

Hoje estive pensando com os meus 75 anos, refletindo e voltando aos anos 60/70/80 com as lembranças de um passado de dias maravilhosos, pois naquela época eu com os meus 20/30 anos de idade, morando na cidade de São Paulo, período esse em que estávamos como dizia, "em plena ditadura", que eu não chamaria ditadura e sim "Anos de Ordem e Progresso". Ditadura era para os políticos que hoje estão comandando o Brasil e se beneficiando do poder, dilapidando nosso amado e querido Brasil.

Lembro que naquela época tínhamos Brasileiros mostrando ao mundo todo o nosso valor, no Box Eder Jofre que foi Campeão Mundial de Box, Ademar Ferreira da Silva medalha de ouro no salto triplo em Olimpíadas, o maravilhoso time do Santos mostrando sua arte em jogas de futebol, as grandes conquistas do Futebol Brasileiro Campeão do Mundo em 1958, 1962 e 1970, o basquete tínhamos Oscar, Hortência, Marta e tantas outras jogadoras e jogadores, na fórmula 1 tínhamos Emerson Fittipaldi foi bicampeão da Fórmula 1 em 1972 e 1974.

Na música as sátiras de Juca Chaves, tínhamos a Jovem Guarda que nas tardes de domingo no Teatro Record da Rua Consolação sob o comando do Rei Roberto Carlos e sua turma nos alegravam a juventude da época.

Para as crianças tínhamos Grandes Palhaços Arrelia, Pimentinha, Carequinha, Torresmo, Fuzarca, Piolim, programas de televisão para crianças “O Circo do Arrelia” e “Pimentinha”, “O Sitio do Pica-Pau Amarelo”, “Pim-Pam-Pum”.

O respeito que os alunos tinham pelos professores, os Bailes de Formaturas com as Grandes Orquestras Silvio Massuca, Erlon Chaves, Osmar Milani, Enrico Simonetti...

E, o nosso Querido e Amado Brasil só crescendo com as grandes obras feitas pelos Governo dos Presidentes Militares, e sendo respeitado pelo mundo inteiro chegando a ser a Oitava Potência do Mundo.

Precisamos mostrar para as futuras gerações como era o nosso Brasil, pois esse pessoal que está comandando hoje, o nosso amado e querido Brasil por todos, eram aqueles que queriam tomar o poder em 1964.

Eu tive a honra de ter participado da Marcha da Família com Deus pela Liberdade em 1964, em São Paulo. Quando me lembro vem lágrimas em meus olhos vendo hoje o meu Brasil nessa situação tão difícil que as futuras gerações irão receber como legado.

Aproveito para incluir no que escrevi acima o comentário do Senhor Eduardo Von Atzingen

“Vamos falar das Grandes Obras do Governo MILITAR, inicio da Construção da Transamazônica, Rodovia Rio-Santos, Castelo Branco, Imigrantes, Usina de Angra Reis, Ponte Rio Niterói, Hidrelétrica de Itaipu, Tucuruí, terminou a construção da Belém-Brasília.
Quem não se lembra dos Supermercados volante da COBAL? Fundou a EMBRAER uma das maiores fabricantes de aviões da sua categoria. Vamos lembrar ainda da EMBRAPA, o maior centro de pesquisa da agropecuária do mundo, atuando em todas as áreas com centenas de unidades no país e no exterior.
De todos os PRESIDENTES MILITARES qual ficou bilionário? Qual ficou atolado em roubos e corrupções?"


Fonte: FaceBook


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Adolpho Adduci é Contador, articulista e livre pensador.


Bolsonaro VS Maria do Rosario

Por Rachel Shaherazede


AMB pede audiência com ministro da Justiça para aprofundar investigações sobre empreiteiras

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Preocupado com a pressão política que parece se intensificar sobre as investigações da Operação Lava Jato, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo Costa, encaminhou hoje (19) um pedido de audiência ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Costa deverá propor uma varredura na gestão das empreiteiras citadas.

“O Judiciário precisa conduzir esse processo e avançar com independência no combate à corrupção e à impunidade. A Operação Lava Jato trouxe fortes indícios de que muitas dessas empreiteiras que estão sendo investigadas atuam como verdadeiras organizações criminosas cartelizadas que estão saqueando os cofres públicos há anos. É necessário que o Executivo promova uma investigação profunda, além das denúncias da Petrobras”, defende.

Costa avalia, ainda, a postura dos advogados de defesa dos acusados na Operação, ao solicitarem audiência com ministro. “É fundamental para a democracia que os advogados atuem na amplitude das suas prerrogativas, de forma incondicional. Porém, estas mesmas garantias devem ser exercidas dentro de um conceito radicalmente republicano. Neste caso específico, a conduta dos advogados induz em uma atuação voltada para pressionar o uso do poder político sobre o Judiciário”, afirma.

O presidente da AMB defende o Poder Judiciário como instância para o exercício da ampla defesa, já devidamente estruturado para recepcionar todo e qualquer pleito em relação ao caso. “Para cada decisão da Justiça, contamos com infindáveis recursos. O que não podemos admitir é a tentativa de pressionar o Poder Judiciário e os juízes que atuam no processo, muito menos qualquer conduta que tente desqualificar o magistrado que preside as investigações em questão”, alerta Costa.

Espera-se que o encontro entre o presidente da AMB e o ministro Cardozo seja confirmado para a próxima semana, em Brasília.


Publicado originalmente no site da ANB - Associação dos Magistrados Brasileiros

O problema do X

Por Gen Clovis Purper Bandeira

Em geral, na matemática a letra X representa a incógnita, o valor que deve ser calculado para resolver o problema. Daí, a expressão “o X do problema”, bem antiga e que rendeu até mesmo um belo samba de Noel Rosa.

O que atrai a nossa atenção hoje, no entanto, não é a rica expressão acima citada, mas, sim, o problema do X.

Há dois meses atrás, ao assumir seu segundo mandato, a avaliação da popularidade de Dilma Roussef era: ótimo/bom – 42%; regular – 33%; ruim/péssimo – 24%. Passados dois meses, em fevereiro de 2015, os números são: ótimo/bom – 23%; regular – 33%, ruim/péssimo – 44% (Datafolha).

Olhando os dados em forma gráfica, temos:

 

Este é que é o problema do X.

A avaliação da popularidade da presidente despencou em dois meses. Para quem está apenas começando o segundo mandato, isso é desastroso. Os próximos quatro anos de governo serão uma luta constante para retomar o crescimento da avaliação ou, pelo menos, estancar a decadência.

Na política norte-americana, o presidente que se encontra nessa situação, o que ocorre quase sempre em fim de mandato, é chamado “lame duck”, ou seja, pato manco, que está sujeito a ser abatido facilmente.

Percebendo a vulnerabilidade da presidente, que já ficara evidente nas recentes eleições, que venceu por margem mínima apesar de todas as mentiras, manobras indecorosas e do uso total da máquina pública em benefício de sua candidatura, a oposição e muitos companheiros de viagem na aventura eleitoral de 2014 já falam abertamente em seu impedimento, explorando ainda seu incontestável envolvimento no escândalo do petrolão.

As manobras do planalto para evitar a associação da presidente ao escândalo financeiro que enlameou e feriu gravemente a Petrobras são cada vez mais desesperadas. Como, porém, excluí-la do rol dos envolvidos se, no período da roubalheira mais intensa ela foi Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Ministra de Minas e Energia, Chefe da Casa Civil da Presidência e Presidente da República? Como desvinculá-la, se permitiu ou ajudou seu partido a aparelhar a diretoria da petroleira com membros desqualificados, cuja única missão era desviar recursos da empresa, via empreiteiras, para os cofres dos partidos e os bolsos dos políticos?

O problema do X tira o sono da presidente, do PT e dos marqueteiros que procurarão contorná-lo, embora a credibilidade dos mesmos esteja seriamente comprometida pela evidência das mentiras de que lançaram mão para obter a reeleição. Eles o merecem.

Os injustiçados, enganados e roubados somos, como sempre, nós, os que perdemos o sono com o crescimento da inflação, o perigo do desemprego rondando a porta das empresas, a disparada dos preços represados para fins eleitoreiros, o crescimento nulo dos índices econômicos e a pecha de palhaços iludidos com facilidade, pois acabamos de reeleger a corja. Também merecemos.


Publicado originalmente no site do Clube Militar


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Gen Clovis Purper Bandeira é o editor de Opinião do Clube Militar

Cardozo joga todos os gatos no saco para ver se ficam pardos

Por Reinaldo Azevedo


General diz: “Não quero revolução, mas exijo respeito, ainda que tenha de impô-lo pela força!”


GENERAL pede UNIÃO e diz “Não quero revolução, mas exijo respeito, ainda que tenha de impô-lo pela força!” Para ele um estreitamento no relacionamento entre praças e oficiais geraria melhorias.

“Não se pode aceitar passivamente que um qualquer que caia de paraquedas na estrutura de comando, seja aceito…" “Diz-se que vingança é um prato que se come frio. Se há espírito de vingança de um lado, por que não partir também para a vingança em igual ou maior intensidade. Quem tem o telhado mais vulnerável?”

O General VALDÉSIO GUILHERME DE FIGUEIREDO disse que admite que precisa ser realmente revista a desunião entre militares, “começando pela separação entre oficiais e praças”, o General dá uma aula sobre comando e valoriza cada militar da estrutura hierárquica das forças armadas. Explanando sobre as diversas funções sob a designação de comandante, começando pelo comandante de esquadra, que são os cabos, passando pelos sargentos e chegando aos comandantes de grande unidades, explicando como é importante a intensa preparação para isso, desde as escolas de cabos e sargentos das armas ao cursos de estado maior, o general diz que todos tem que ser valorizados como partes indispensáveis ao corpo.

Numa crítica clara a presidente e seu “ministro da defesa” o general, que foi ministro do Superior Tribunal Militar, diz que não é qualquer um que pode ser comandante, sem preparação, sem histórico, sem conhecimento da estrutura militar, suas mazelas e seu modus operandi.

“Não se pode aceitar passivamente que um qualquer que caia de pára-quedas na estrutura de comando, seja aceito como preparado para integrá-la.”

Se a Presidente fosse diretamente assessorada pelos ministros militares, que agora são chamados de comandantes, poder-se-ia chamá-la de comandante-em-chefe, mas não é o caso.

“O Ministro da Defesa, que tem até vestido farda e criou insígnias que o definam como militar, não tem nenhum preparo de comando e o faz intuitivamente, contando, ou não, com a assessoria militar, ou “genuinamente” civil (Alusão a José genuíno ex-terrorista)”.

Nos Estados Unidos, embora pareça, não é assim que funciona. Existe o Ministro da defesa, mas é função política, na verdade os comandantes militares ligam-se diretamente ao Presidente nas questões militares.

“Se a nota dos clubes militares desagradou ao presidente da república e a seu ministro da defesa, também são inúmeras as atitudes, o descaso, a legislação revanchista por eles levada adiante, sem que os clubes militares impusessem um recuo.”

“Diz-se que vingança é um prato que se come frio. Se há espírito de vingança de um lado, por que não partir também para a vingança em igual ou maior intensidade. Quem tem o telhado mais vulnerável? Insisto que devamos nos unir, se possível, oficiais e praças, da ativa e da reserva, mesmo da reserva de segunda classe”

TEXTO COMPLETO

PALAVRAS DO GENERAL DE EXÉRCITO REFORMADO E MINISTRO DO STM APOSENTADO VALDESIO GUILHERME DE FIGUEIREDO.

Ser Comandante

Realmente, as coisas não vão bem, mas fruto da eterna desunião que existe entre os componentes do EB. Começa com a separação estatutária entre oficiais e praças, hoje bastante acirrada, inclusive com a tentativa de organização de sindicatos. Tudo falta de capacidade de comando e de medo da idéia errada de que deva existir ampla defesa e contraditório em tudo.

É interessante que se faça uma reflexão sobre o que é ser comandante na Infantaria de Sampaio. Existem comandantes de diversos níveis, a começar pelo “cabo”, que pode ser comandante de esquadra, ou de peça, após realização de curso; o terceiro sargento exerce um comando mais importante, o de comandante de Grupo de Combate, ou de seção, preparado na Escola de Sargento das Armas; o tenente comanda pelotão, habilitado pelo curso da Academia Militar das Agulhas Negras;  o capitão comanda a subunidade, já com um efetivo de mais de uma centena de militares; o coronel comanda a unidade, após um curso de aperfeiçoamento realizado na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e o general comanda as Grande Unidades, ou Grandes Comandos, após ter realizado curso na Escola de Comando e Estado Maior do Exército.

No caso dos oficiais, considere-se que a evolução processa-se ao longo de anos, não só pelo preparo adquirido em cursos, mas, também, pela observação dos diversos comandantes que passam pela nossa vida profissional, alguns dando bons exemplos e outros, nem tanto, mas sempre acatando a decisão do comandante – isto é básico, ou pelo menos foi!

Não se pode aceitar passivamente que um qualquer que caia de pára-quedas na estrutura de comando, seja aceito como preparado para integrá-la. A Constituição Federal e Lei Complementar deram ao Presidente da República o título de Comandante em Chefe das Forças Armadas. Isto poderia funcionar quando o mesmo dispunha, junto de si, os ministros militares a assessorá-lo; o Ministro da Defesa, que tem até vestido farda e criou insígnias que o definam como militar, não tem nenhum preparo de comando e o faz intuitivamente, contando, ou não, com a assessoria militar, ou “genuinamente” civil.

Tudo é cópia mal feita da estrutura de defesa dos Estados Unidos, onde a Secretaria de Defesa é um órgão essencialmente político, assim como os secretários das cinco forças armadas americanas são civis e tratam, apenas, do aspecto político das forças. A estrutura militar está ligada ao chefe do estado maior conjunto e os comandantes de teatros de operações ligam-se diretamente ao presidente da república.

A criação do ministério da defesa no Brasil deu-se por pressão americana. Quando fui chefe da Delegação do Brasil na Junta Interamericana de Defesa, por várias vezes, recebi convite para eventos internacionais dirigido ao ministro da defesa do Brasil. Em todas elas restituí o convite informando que se desejassem a presença do estamento militar brasileiro, deveriam enviar quatro convites: ao Chefe do EMFA, ao Cmt da Marinha, ao Cmt do Exército e ao Cmt da Aeronáutica. Isto se passou no governo do Presidente Itamar Franco. A partir daí, prevaleceu a vontade yankee.

É de estranhar o episódio recente atribuído aos Clubes Militares e a estrutura política do poder executivo brasileiro.  O Clube Militar, que nem é destinado aos militares do Exército, mas sim aos das três forças e a civis, é um entidade civil, pessoa jurídica que não é vinculada a nenhuma das três Forças Armadas e não recebe nenhum valor do orçamento da União para sustentar-se. Logo, por que deveria receber ordem do presidente da república, do ministro da defesa, ou mesmo, do Comandante do Exército. Admito que pudesse ter havido um acordo entre amigos, pois o Presidente do Clube Militar e o Comandante do Exército são generais da mesma safra, quase companheiros de turma.

Também sou amigo e admirador do Comandante do Exército, mas nem por isso eu deixaria de discutir com ele a conveniência da tomada da atitude de recuar. Não haveria cabimento para tal. Se a nota dos clubes militares desagradou ao presidente da república e a seu ministro da defesa, também são inúmeras as atitudes, o descaso, a legislação revanchista por eles levada adiante, sem que os clubes militares impusessem um recuo.

Costumo dizer que quem muito abaixa as calças mostra a cueca, ou a calcinha. Não posso admitir que a alta estrutura de comando do Exército deixe de lado a disciplina, ou a hierarquia, mas permitir que qualquer civil de passado não muito recomendável, venha humilhar o Exército, empregando-o como polícia militar, fazendo com que a Força Armada agora passe a ser força auxiliar das polícias militares estaduais, ou que inverta a hierarquia permitindo que os soldos de determinados militares estaduais sejam infinitamente superiores aos dos militares do Exército.

Não quero revolução, mas exijo respeito, ainda que tenha de impô-lo pela força. Não me acusem de estar falando por estar imune às sanções disciplinares, de acordo com lei de 1986. Posso falar de política, posso combater ideologias e posso e devo defender a minha Instituição e meus antigos subordinados. Não me acusem de covardia, porque nunca me apeguei a cargos e sempre coloquei minha cabeça a prêmio na Extinta Diretoria Patrimonial de Brasília, no comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, no comando da Guarnição da Vila Militar, no Departamento Geral do Pessoal e no Comando Militar da Amazônia. No Superior Tribunal Militar, do qual fui ministro, sempre julguei à luz da Lei do Serviço Militar e de seu regulamento, visando guardar a Instituição dos maus militares. Se falhei algumas vezes, faz parte da minha condição de ser humano.

“Diz-se que vingança é um prato que se come frio. Se há espírito de vingança de um lado, por que não partir também para a vingança em igual ou maior intensidade. Quem tem o telhado mais vulnerável?”

Insisto que devamos nos unir, se possível, oficiais e praças, da ativa e da reserva, mesmo da reserva de segunda classe, não para derrubar nenhum governo que o povo quis para si, mas para prestigiar a estrutura de comando militar e fazer sentir que atacado o comandante, atacados estaremos todos.

Não permitamos que os militares sejam tratados como cidadãos de segunda classe, que só são valorizados quando há que se construir estradas onde não seja compensador para as empreiteiras, ou para levar desaforo de bandidos ocupantes dos morros cariocas, ou ainda, para ocupar o subalterno lugar de grevistas impunes.


Valdesio Guilherme de Figueiredo 
General de Exército Reformado e Ministro do STM aposentado.


Publicado originalmente no site da Revista da Sociedade Militar

Como tudo começou

Por Carlos I. S. Azambuja

“O revolucionário deve ser uma fria e seletiva máquina de matar”.(Che Guevara, citado por Jorge Castañeda; jornal “La Época”, do Chile, 31 de janeiro de 1997).

Um dos principais problemas com que as organizações e partidos marxistas-leninistas sempre se confrontaram na América Latina foi o de definir o caráter da revolução. Essa definição é considerada o ponto de partida para a formulação de estratégias e táticas políticas, que incluem alianças de classe, formas de luta, etapas da revolução, etc.


Durante 22 anos, o caráter da revolução foi definido pelo Komintern (III Internacional), tido como o “Estado-Maior ideológico do movimento revolucionário do proletariado mundial”, fundado em 1919. Com o fim do Komintern, em 1943, os partidos comunistas de todo o mundo, no entanto, não ficaram órfãos, pois suas tarefas passaram a ser desempenhadas pelo Departamento Internacional do Partido Comunista da União Soviética até o desaparecimento do país, em dezembro de 1991.

De conformidade com as análises científicas da nomenklatura encastelada no topo do Komintern, a estrutura agrária do continente sul-americano era classificada como feudal, a burguesia considerada progressista, os camponeses definidos como hostis ao socialismo coletivista e o continente concebido como uma espécie de Europa tropical.

Segundo esse raciocínio, o proletariado – força motriz da revolução – deveria aliar-se temporariamente a uma parte das burguesias nacionais, mesmo vacilantes, em busca da neutralização dos setores burgueses considerados ligados ao imperialismo. Isso porque o Komintern considerava que as condições sociais e econômicas da América Latina ainda não estavam amadurecidas para a revolução socialista. O objetivo era, então, concretizar uma etapa histórica democrática e antifeudal, como na Europa do Século XIX.

Até o desmonte do socialismo real, o caráter da revolução foi a principal causa impeditiva da unidade dos diversos partidos, grupos e seitas comunistas constituídos em decorrência das inúmeras cisões e reagrupamentos ao longo dos tempos, fundamentalmente após a Revolução de 31 de Março de 1964, todos reivindicando ser o partido da revolução. Uns consideravam que a etapa da revolução deveria ser socialista, outros, democrática e antifeudal.

Todavia, em 1959, a revolução cubana deu início a um novo período revolucionário no continente, com a ascensão de correntes ultra-radicais cujos pontos de referência comuns eram a natureza socialista da revolução, conferindo, assim, legitimidade à luta armada. Sua inspiração, além do exemplo da revolução cubana, foram os escritos de Che Guevara – livro “Guerra de Guerrilhas” – e de Règis Debray – livro “Revolução na Revolução” -.

Essa teoria subverteu a concepção marxista-leninista até então existente, passando a definir que com um grupo de homens decididos tornar-se-ia possível instalar um foco guerrilheiro em uma área rural. Esse foco catalisaria todas as rebeldias, iria crescendo de forma inexorável, ganhando a população, até transformar-se em um exército, derrotar o inimigo e apoderar-se do Poder. Só então daria à luz a uma vanguarda política, invertendo, assim, a ordem dos fatores, com a luta armada precedendo o partido.

A partir daí, um novo ciclo revolucionário teve início na América Latina.
Paralelamente, a concepção maoísta do cerco das cidades pelo campo foi adaptada à realidade brasileira por um texto do Partido Comunista do Brasil: “Guerra Popular, Caminho da Luta Armada no Brasil”. Essa teoria, quando posta em prática resultou na Guerrilha do Araguaia, dizimada nos anos de 1972 a 1974.

A concepção chinesa de “guerra popular prolongada” apresentava duas divergências fundamentais com o foquismo: mantinha o fator militar subordinado ao fator político, mostrando que o partido precede a guerrilha, e assegurava que esta não teria condições de desenvolver-se sem um trabalho político anterior entre os camponeses.

Essas táticas acima resumidas – Foco Guerrilheiro e Guerra Popular Prolongada -, onde quer que tenham sido postas em prática, causaram uma montanha de mortos.Experts estimam que foram cerca de 500 mil em toda a América Latina. E no Brasil não foi diferente.

Manuel Piñero Losada (“Barba Roja”), que por cerca de 30 anos dirigiu a Inteligência cubana, falecido em Havana em 1998 em um estranho acidente de automóvel por ele dirigido, será recordado como o homem encarregado de exportar a revolução cubana para toda a América Latina, tendo sido, como tal, o grande responsável pela militarização da esquerda.

Desde o seu posto, inicialmente no Ministério do Interior e posteriormente no Departamento América do Comitê Central do PC Cubano, impulsionou todo o tipo de guerrilhas e insurreições e, após o desmonte do socialismo real com o conseqüente fim do auxílio financeiro fraternal que Cuba sempre recebeu da União Soviética, passou a utilizar a mão-de-obra ociosa dos guerrilheiros derrotados no continente em seqüestros de empresários como os de Abílio Diniz e Washington Olivetto, no Brasil, e outros, em diversos países, para fins de obtenção de resgates e, assim, obter fundos para o Serviço de Inteligência cubano, uma vez que o “ouro de Moscou” deixara de fluir.

Em julho de 1961, ainda no governo Jango e antes, portanto, da eclosão da luta armada no Brasil – que só ocorreria em 1966 – 13 militantes das Ligas Camponesas foram mandados a Cuba, por Francisco Julião, líder das Ligas, para treinamento militar. Esse grupo foi, historicamente, o pioneiro na relação político-militar entre a revolução cubana e a esquerda armada brasileira. Desde então, até o início dos anos 70, estima-se que 260 brasileiros tenham recebido, em Cuba, treinamento militar, descrito, aliás, pelo então militante da ALN José Dirceu – que recebeu esse tipo de treinamento com o codinome de “Daniel” - e era tido como um “comandante” - como “um vestibular para o cemitério” (Jornal do Brasil de 27 de dezembro de 1998). Talvez por isso, após seu retorno ao Brasil, ao final do curso em Havana, ele tenha optado pela deserção, abandonando à própria sorte seus companheiros do Movimento Popular de Libertação (MOLIPO).

Também na Academia Militar de Pequim um grupo de cerca de 40 brasileiros doPartido Comunista do Brasil e da Ação Popular foi treinado nas táticas da luta armada. O primeiro grupo de militantes do PC do B embarcou para Pequim em 29 de março de 1964, ainda no governo Jango, retornando em 1966 e sendo deslocado para a selva do Brasil Central para o início da montagem daquilo que seria a Guerrilha do Araguaia, embrião da guerra popular prolongada. Outro grupo, da Ação Popular, viajou para a China em 1966, e seus integrantes “regressaram ao Brasil transfigurados e logo depois transformariam a AP numa organização marxista-leninista-maoísta”(declaração de Herbert José de Souza – “Betinho”, então Coordenador Nacional da AP).

Em dezembro de 1962, diversos militantes das “Ligas”, que haviam sido treinados em Cuba, constituindo um grupo denominado “Movimento Revolucionário Tiradentes”,foram presos quando tentavam montar um foco guerrilheiro em Dianápolis, Goiás. Essas prisões foram noticiadas pelo jornal “O Estado de São Paulo” de 4 de dezembro de 1962.

Em 1963, ainda no governo João Goulart, as “Ligas Camponesas” foram praticamente aniquiladas politicamente pelo... Partido Comunista Brasileiro – contrário à luta armada - que, aliado a setores da Igreja, fundou a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e rapidamente assumiu o controle dos sindicatos rurais manipulados por Francisco Julião. Ou seja, dois grupos de comunistas brigando pelo mesmo capim.

Não obstante, em 31 de março de 2004, num esforço para reescrever a História, Celso Furtado, ex-presidente da SUDENE durante o governo Jango e ministro da Cultura quando do governo Sarney, demonstrou que desconhece a História de seu país. Declarou, em Paris, em entrevista a Reali Junior, de O Estado de São Paulo, que a Revolução destruiu as “Ligas Camponesas”, um movimento social...

Em 1967, um ano após a realização da Conferência Tricontinental, em Cuba, foi realizada, também em Cuba, a “I Conferência da OLAS”, evento do qual Carlos Marighela, membro da direção do PCB, participou.
Entrementes, no Brasil, a direção do PCB decidia que ele seria expulso do partido tão logo regressasse ao Brasil. E foi o que ocorreu.

Em março de 1968, Marighela definiu a denominação de sua Organização, até então uma dissidência do PCB conhecida como Ala Marighela: Ação Libertadora Nacional (ALN), que rapidamente seria transformada no maior grupo em atividade na guerrilha urbana.

Introduzido por Frei Beto no Convento dos Dominicanos, em São Paulo, com o codinome de “professor Menezes”, rapidamente o Convento transformou-se na principal rede apoio da ALN, com o conhecimento e a aquiescência do Provincial, frei Osvaldo Augusto de Rezende Junior.

Antes disso, em 1967, vários dissidentes do PCB também favoráveis à luta armada haviam constituído o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário. Entre esses dissidentes estava Apolônio de Carvalho que, posteriormente, um Ministro da Justiça considerou um “herói” e propôs sua promoção a general!

Frei Beto, que foi preso em 11 de novembro de 1969, 7 dias após a morte de Marighela delatado pelos seus colegas dominicanos, em seus depoimentos à Polícia, deixou claro que eles, os dominicanos, que participavam do projeto de luta armada estavam cientes disso desde o primeiro momento. Ou seja, Frei Beto delatou seus kamaradasdominicanos que haviam delatado Marighela.

Então, ainda não existia a chamada delação premiada...


Publicado originalmente no site Alerta Total


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Carlos I. S. Azambuja é Historiador.