Por Gen Bda Paulo Chagas
Liberdade para quê? Liberdade para quem?
Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar,
traficar e viciar?
Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores,
para mentirosos, traficantes, viciados e hipócritas?
Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os
olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura 26!
Fala-se muito em liberdade!
Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades
de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumê!
Mas, afinal, o que se vê?
Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e
quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército
nos morros, negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia.
Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros,
pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos “bullying”, conivência
e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas, crianças famintas,
crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas.
Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos
arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras invadidas, favelas atacadas,
policiais bandidos e assaltos a mão armada.
Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres,
chacinas e seqüestros. Uma terra em que a família não é valor, onde menores são
explorados e violados por pais, parentes, amigos, patrícios e estrangeiros.
Mas, afinal, onde é que nós vivemos?
Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o
criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em
herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam
“mensalões” e vendem sentenças.
Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em
qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas
explodidos. É aqui, na terra da “liberdade”, que encontramos a “cracolândia” e
a “robauto”, “dominadas” e vigiadas pela polícia!
Vivemos no país da censura velada, do “micoondas”, dos
toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência pacífica do
contraventor e com o homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e a vida
de dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o
gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas cientificas de anos,
irrecuperáveis!
Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?
Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade
ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a controla?
Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos
de paz?
E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de
compensação do crime, do desmando e da desordem?
Quanta falsidade, quanta mentira quanta canalhice ainda
teremos que suportar, sentir e sofrer, até que a indignação nos traga de volta
a vergonha, a auto estima e a própria dignidade
Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de
volta a nossa liberdade?