quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Não é só o governo que faz "cortes no orçamento":
Volks anuncia demissões em São Paulo

A Volkswagen confirmou as demissões de 800 trabalhadores na unidade da montadora em Anchieta. e justificou a medida como essencial para "estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta, tendo como base o cenário de mercado e os desafios de competitividade".

Os funcionários, que se encontravam em férias coletivas, receberam uma correspondência orientando-os a procurar o setor de Recursos Humanos. Na correspondência a montadora alegava a necessidade de cortar 2.000 vagas. A medida visa realinhar o quadro efetivo para melhorar a competitividade da fábrica.
 
A Volkswagen afirmou que em 2014, a indústria automotiva teve retrações de 7% nas vendas, 40% nas exportações de carros e 15% na produção de veículos.

Na nota divulgada nesta terça, a Volks se refere às demissões como uma "primeira etapa de adequação de efetivo", dando a entender que mais desligamentos virão. A empresa, no entanto, não comenta essa possibilidade.

A perda da liderança do Gol para o Fiat Palio em 2014 após 27 anos de domínio parece ter sido o golpe final para a Volkswagen tomar medidas contra a recente perda de mercado no Brasil, de 13,5%, fazendo a marca alemã ficar em terceiro lugar entre as fabricantes de carros com mais vendas no País, atrás da Fiat e da General Motors - mesmo com todos os casos de recall da empresa americana.

Esse número, maior que o da queda da indústria automotiva, que foi de 7,1% no ano passado perante 2013, tendo gerado a correspondência que foi enviada aos 800 trabalhadores da fábrica Anchieta da Volkswagen, que deverão ter seus contratos cancelados logo após o fim das férias coletivas.

A reação foi imediata. Ainda durante a manhã, reunidos dentro da fábrica, os trabalhadores aprovaram uma greve por tempo indeterminado, que foi confirmada numa assembleia a tarde, com os trabalhadores do segundo turno.

O sindicato diz que a empresa rompeu o acordo firmado em 2012, que não permitia demissões indiscriminadas.

“As demissões ocorridas, ou elas eram através de PDV, que a pessoa se voluntariasse, ou quando desse o tempo de aposentadoria dela”, conta o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Wagner Santana.

Segundo a empresa, o acordo foi estabelecido em premissas de mercado e vendas que não se confirmaram. Em nota, a Volkswagen afirmou que em 2014, a indústria automotiva teve retrações de 7% nas vendas, 40% nas exportações de carros e 15% na produção de veículos.

A empresa tentou renegociar o acordo no ano passado, mas a proposta foi recusada pelos metalúrgicos em dezembro.

Manoel Dias, ministro do Trabalho
Manoel Dias - Ministro do Trabalho
O ministério do Trabalho informou que atuará como mediador entre patrão e empregado "para encontrar uma saída que evite a penalização do lado mais fraco, no caso, o trabalhador".

Segundo o ministro do Trabalho Manoel Dias há disposição dos dois lados para continuar as conversas. Ele afirmou que continuará trabalhado na mediação e considera ser possível um "bom termo".

Fonte: Internet