Por UCHO.INFO
O ministro Luiz Edson
Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu a legitimidade da
votação secreta realizada pela Câmara dos Deputados para escolher a comissão
que de chofre analisará o pedido de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff.
Esta decisão frustrou os aliados de Dilma, que recorreram ao
STF para que a votação fosse derrubada. O governo, por questões óbvias,
preferia que a eleição fosse aberta e que apenas a chapa “oficial”, com
parlamentares indicados por líderes partidários, fosse reconhecida como
legítima. Na ocasião, a votação foi secreta e a oposição lançou chapa
alternativa, que saiu vitoriosa.
Na última semana, após o PC do B ingressar no Supremo com
ação questionando o trâmite do impeachment, Fachin paralisou o andamento do
processo que ao final poderá resultar no impedimento de Dilma Rousseff.
Agora, estima-se que a discussão sobre o rito do impeachment
seja longa, podendo levar até duas sessões. Antes de o ministro apresentar seu
voto, as partes envolvidas (PCdoB, Senado, Câmara, Advocacia-Geral da União e
Procuradoria-Geral da República) terão 15 minutos, cada um, para se manifestar.
Fachin também autorizou que pelo menos sete partidos (PT,
PSDB, PSOL, DEM, REDE, PP e Solidariedade) participem do julgamento e
apresentem seus argumentos.
O voto de Luiz Fachin ainda terá de passar pelo crivo dos
outros dez magistrados da Corte, podendo, portanto, ser modificado. Inclusive o
próprio ministro pode mudar de opinião até o fim do julgamento. Um dos
ministros que já estudou o voto comentou que “é notório que ele está tentando
construir consensos”.
O ministro do STF também apresentou sugestões para que o
Supremo estabeleça um rito para o impeachment, um “guia” a ser seguido pelos
parlamentares, evitando dessa forma que a todo instante recorram à Corte para
dirimir dúvidas. Ele propõe também o reconhecimento de que cabe a uma comissão
do Senado a decisão de afastar a presidente do cargo após abertura de um
processo de impeachment.
De igual modo, Fachin também afirmou em seu extenso voto que
não cabe ao Senado rejeitar um processo de impeachment aprovado pela Câmara,
como chegou a ser aventado por políticos aliados de Dilma e contrários ao
processo.
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