Por Diário do Poder
Primeiros atos após
o início do processo de destituição da
presidente Dilma Rousseff no Congresso
têm participação
mais fraca em relação aos de agosto deste ano
(Foto: Nilton
Fukuda/Estadão conteúdo)
|
Para oposição, foi um erro fazer mobilização em cima da
hora
As primeiras manifestações de rua convocadas por movimentos
contrários ao governo Dilma Rousseff depois de o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, aceitar o processo de impeachment da presidente foram menores do que o
esperado pelos organizadores, que já preveem novo ato em março do ano que vem.
Em São Paulo, principal palco das manifestações anti-Dilma
no País, os atos na Av. Paulista foram visivelmente menores e representantes do
Movimento Brasil Livre estimaram em 80 mil pessoas. Já o líder do Vem Pra Rua
falou em 100 mil pessoas. Os números são bem inferiores aos dos protestos de
agosto, quando a Polícia Militar registrou 350 mil pessoas na Av. Paulista.
"A gente já esperava que a manifestação de hoje tivesse menos gente, já
que tivemos só dez dias para organizar", disse Rogério Chequer, porta-voz
do Vem Pra Rua presente na capital paulista.
Segundo ele, o grupo já organiza um novo protesto para março
de 2016. Como na última manifestação, os senadores tucanos Aloysio Nunes e José
Sera compareceram à manifestação na Paulista. "Estou aqui para dizer que
não vai ter golpe, o que vai ter é impeachment. Queremos pôr fim a um governo
que não deveria ter começado", disse o Nunes.
Já Serra passou cerca de 15 minutos circulando em torno do
caminhão de som do grupo Vem Pra Rua e fez, do chão, um breve discurso ao
microfone: "Eu acredito que só a mobilização da população brasileira vai
tirar o Brasil desta situação. Estejam certos de uma coisa: no Congresso nós
lutamos pela mesma coisa", disse o senador. Em entrevista antes de ir
embora ele afirmou que a participação do PSDB em um eventual governo Michel
Temer vai depender de "entendimento com base em programa".
No Rio de Janeiro, a Polícia Militar registrou 3 mil
manifestantes que percorreram a orla de Copacabana com bandeiras e palavras de
ordem contra a presidente. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) participou do ato
e foi recebido como popstar entre os manifestantes que o cumprimentaram e
tiraram selfies com ele.
Na capital mineira o número de manifestantes também foi
menor que o de agosto, 5 mil segundo estimativas da polícia, ante 6 mil do
protesto realizado há quatro meses. Além disso, diferente daquela ocasião o
presidente nacional do PSDB, senador e ex-governador do Estado Aécio Neves não
participou do protesto em Belo Horizonte.
Neste domingo, um homem chegou a ser detido por tentar furar
um boneco inflável do ex-presidente Lula que estava na Praça da Liberdade,
palco dos protestos na região centro-sul da capital mineira. Ele chegou a ser
detido pela PM que teve que usar bombas de gás para dispersar manifestantes
enquanto prendia o homem para evitar princípios de tumulto.
Em Brasília, o ato também foi visivelmente menor em relação
a agosto e começou por volta das 10h30 em frente à Catedral
Metropolitana, de onde os manifestantes seguiram para a Esplanada dos
Ministérios. Por volta de 12h30, o ato começou a dispersar devido a chuva que
se iniciava. A Polícia Militar estimou 3 mil manifestantes no auge do protesto.
Em agosto, as autoridades estimaram 25 mil manifestantes no ato realizado na
capital federal.
A manifestação também contou com a leitura de um manifesto,
produzido pelos organizadores dos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, que
pediam "coragem" aos parlamentares e cobravam do Procurador-Geral da
República, Rodrigo Janot, "a prisão dos políticos envolvidos da Lava
Jato".
"Queremos uma nova fase de esperança e mudança,
queremos voltar a bater no peito e sentir orgulho do nosso Brasil", dizia
o texto.
No Rio de Janeiro, a manifestação percorreu a orla da praia
de Copacabana e contou com a presença do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ),
tratado como popstar pelos manifestantes que pararam para cumprimentá-lo e
também tirar fotos com o parlamentar. (AE)
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