segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Com adesão menor, grupos preparam novo ato pró-impeachment para março


Primeiros atos após o início do processo de destituição da 
presidente Dilma Rousseff no Congresso têm participação 
mais fraca em relação aos de agosto deste ano 
(Foto: Nilton Fukuda/Estadão conteúdo)
Para oposição, foi um erro fazer mobilização em cima da hora

As primeiras manifestações de rua convocadas por movimentos contrários ao governo Dilma Rousseff depois de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitar o processo de impeachment da presidente foram menores do que o esperado pelos organizadores, que já preveem novo ato em março do ano que vem.

Em São Paulo, principal palco das manifestações anti-Dilma no País, os atos na Av. Paulista foram visivelmente menores e representantes do Movimento Brasil Livre estimaram em 80 mil pessoas. Já o líder do Vem Pra Rua falou em 100 mil pessoas. Os números são bem inferiores aos dos protestos de agosto, quando a Polícia Militar registrou 350 mil pessoas na Av. Paulista. "A gente já esperava que a manifestação de hoje tivesse menos gente, já que tivemos só dez dias para organizar", disse Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua presente na capital paulista.

Segundo ele, o grupo já organiza um novo protesto para março de 2016. Como na última manifestação, os senadores tucanos Aloysio Nunes e José Sera compareceram à manifestação na Paulista. "Estou aqui para dizer que não vai ter golpe, o que vai ter é impeachment. Queremos pôr fim a um governo que não deveria ter começado", disse o Nunes. 

Já Serra passou cerca de 15 minutos circulando em torno do caminhão de som do grupo Vem Pra Rua e fez, do chão, um breve discurso ao microfone: "Eu acredito que só a mobilização da população brasileira vai tirar o Brasil desta situação. Estejam certos de uma coisa: no Congresso nós lutamos pela mesma coisa", disse o senador. Em entrevista antes de ir embora ele afirmou que a participação do PSDB em um eventual governo Michel Temer vai depender de "entendimento com base em programa".

No Rio de Janeiro, a Polícia Militar registrou 3 mil manifestantes que percorreram a orla de Copacabana com bandeiras e palavras de ordem contra a presidente. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) participou do ato e foi recebido como popstar entre os manifestantes que o cumprimentaram e tiraram selfies com ele.

Na capital mineira o número de manifestantes também foi menor que o de agosto, 5 mil segundo estimativas da polícia, ante 6 mil do protesto realizado há quatro meses. Além disso, diferente daquela ocasião o presidente nacional do PSDB, senador e ex-governador do Estado Aécio Neves não participou do protesto em Belo Horizonte.

Neste domingo, um homem chegou a ser detido por tentar furar um boneco inflável do ex-presidente Lula que estava na Praça da Liberdade, palco dos protestos na região centro-sul da capital mineira. Ele chegou a ser detido pela PM que teve que usar bombas de gás para dispersar manifestantes enquanto prendia o homem para evitar princípios de tumulto.

Em Brasília, o ato também foi visivelmente menor em relação a agosto e começou por volta das 10h30  em frente à Catedral Metropolitana, de onde os manifestantes seguiram para a Esplanada dos Ministérios. Por volta de 12h30, o ato começou a dispersar devido a chuva que se iniciava. A Polícia Militar estimou 3 mil manifestantes no auge do protesto. Em agosto, as autoridades estimaram 25 mil manifestantes no ato realizado na capital federal.

A manifestação também contou com a leitura de um manifesto, produzido pelos organizadores dos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, que pediam "coragem" aos parlamentares e cobravam do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, "a prisão dos políticos envolvidos da Lava Jato".

"Queremos uma nova fase de esperança e mudança, queremos voltar a bater no peito e sentir orgulho do nosso Brasil", dizia o texto.


No Rio de Janeiro, a manifestação percorreu a orla da praia de Copacabana e contou com a presença do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), tratado como popstar pelos manifestantes que pararam para cumprimentá-lo e também tirar fotos com o parlamentar. (AE)

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