Por UCHO.INFO
“Quem banca a política econômica não é o ministro da
Fazenda, quem banca a política econômica é a presidenta da República”. Assim,
em tom tão patético quanto profético, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques
Wagner, tentou justificar a saída de Joaquim Levy, ainda responsável pelo
Ministério da Fazenda, ao mesmo tempo em que colocou no colo da “companheira” o
arsenal de bombas em que se transformou a economia brasileira.
É natural que Levy tenha caído em desgraça junto à opinião
pública por causa das propostas para ajustar as contas do governo e recolocar o
Brasil na rota do crescimento, mas a recriação da CPMF, que consta da Lei de
Diretrizes Orçamentárias de 2016, aprovada pelo Congresso, é o menos amargo
remédio para iniciar uma cruzada contra a crise econômica. Não se pode negar
que a população está farta de tantos impostos – o Brasil tem a maior carga
tributária do planeta –, mas a conta aí está para ser paga.
A única receita para salvar o Brasil está na renúncia de
Dilma Rousseff, mas a preguiça política da parcela de bem da sociedade permitiu
que a voz de um canastrão comunista como João Pedro Stédile, líder do MST,
puxasse o coro contra o ministro da Fazenda e sua proposta de recuperar a
economia.
É preciso reconhecer que o Brasil, em algum momento, precisa
ser levado a sério, mas isso só acontecerá quando os brasileiros aceitarem a
tese de que antes de saber o que o Estado pode fazer por cada um, cada cidadão
precisa saber o que pode fazer pelo Estado.
O Brasil transformou-se em um enorme novelo repleto de nós,
sem que ninguém ouse desatá-los. Devolver ao País o status econômico anterior à
chegada do PT ao poder é tarefa árdua, que exige determinação, paciência e
desprendimento. Afinal, trata-se de uma empreitada de pelo menos cinco décadas.
Ou seja, o Brasil só será viável para daqui a duas gerações de jovens. A
prevalecer a miopia da compreensão, o Brasil continuará na condição de uma
economia na UTI e sem direito a alta. O máximo que se poderá fazer, caso prevaleça
a irresponsabilidade palaciana, é postergar o velório.
Os brasileiros precisam ter consciência de que uma coisa é
despejar Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, outra é querer que um novo
governante solucione da noite para o dia os graves problemas econômicos do
País. A primeira situação é absolutamente necessária, a segunda, absolutamente
impossível. É mais que premente livrar-se dessa organização criminosa que tomou
de assalto o poder central, mas é importante começar a fazer a lição de casa
desde já.
O melhor presente de Natal para oito entre dez brasileiros
seria, com toda certeza, a renúncia de Dilma e a permanência de Levy, mas o
Brasil transformou-se no país do faz de conta, do fio trocado, da ilógica do
pensamento, do banditismo político, do populismo barato, do golpe em marcha.
Mesmo assim, Jaques Wagner acredita que defendeu a
presidente ao dizer que ela é quem toma a decisão final quando o assunto é
economia. O que o baiano Wagner concluiu com quatro anos de atraso, os leitores
do UCHO.INFO sabiam desde janeiro de 2011. Enfim…
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