domingo, 25 de outubro de 2015

A crise política prolonga a crise econômica



A inflação no final do ano deve bater em 10%. Na verdade, sem firulas estatísticas, ela já está bem perto disso. O problema é que, até meados do ano, a previsão era de que a inflação deveria começar a cair agora. Mais ainda, se esperava que a inflação baixasse para 5% no ano que vem, uma queda bem grande.

Só que não. Agora, já se prevê que inflação chegando a 7% em 2016. Tudo isso é uma média, claro. Há preços que sobem bem mais que isso, outros menos.

Hoje saiu uma prévia do índice oficial de inflação para o consumidor, o IPCA. Quer dizer, o índice para o qual o Banco Central olha quando pensa em aumentar ou reduzir juros.

Neste mês, o que pegou pesado no IPCA foram os aumentos do botijão de gás, do etanol, de gasolina e do preço de comer fora de casa. O etanol subiu por causa da entressafra. Os preços dos combustíveis, de gás e gasolina, subiram porque a Petrobras está na pindaíba e porque o dólar sobe.

Vários outros preços continuam a subir ou caem menos também por causa do dólar. Até pão e carne, que subiram bem, sofrem influência do dólar. Pão e carne têm preços influenciados pelo mercado internacional. O pão, por causa do trigo. A carne, porque o Brasil exporta carne.

O dólar continua alto ou subindo por causa da crise política e econômica. Está indo de novo para perto de 4 reais.

O dólar sobe por causa da pindaíba do governo: não se chega a nenhuma decisão de como cobrir o rombo, o déficit, das contas do governo. Aliás, o déficit está subindo e vai estourar muitíssimo todas as previsões feitas faz dois meses.

Não há solução para o caso das contas do governo porque o país está um tumulto político infernal, porque o Congresso está uma baderna, porque a presidente continua sem apoio e sob risco de cair.

Assim, a crise política prolonga a crise da pindaíba do governo, o que prolonga a crise econômica do país, que entre outras coisas eleva o preço do dólar, que ajuda a impedir a queda da inflação. Como as pessoas esperam mais inflação adiante, reajustam preços, quando podem, o que alimenta mais inflação.

Estamos por enquanto presos a esta ciranda infernal.

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