segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sr. JANOT; Srs. do TCU, do STF e do TSE:
LULA, DILMA e o PT PASSARÃO.
Vossas Excelências PASSARINHO…


Se há uma qualidade admirável nos petistas essa é a capacidade de se agarrarem ao poder sem nunca jogar a toalha; sem nunca antes tentarem o diabo para preservarem seu acesso aos cofres públicos. Quando se trata de lutar pelo poder, seja para conquistá-lo, seja para preservá-lo, jamais estranhe se encontrar um petista de canivete em punho lutando contra mísseis nucleares.

Nenhum partido brasileiro sobreviveria tanto no poder, ainda mais com uma presidente com as “qualidades” de Dilma Rousseff, e no cenário que hoje ela enfrenta no quarto mandato petista na Presidência da República, sem essa garra. Se o PSDB tivesse 10% da fibra dos petistas o PT já estaria proscrito há muito tempo.

Mas, convenhamos, o PT forçou a mão. Do alto da sua arrogância, o petismo tentou tomar o Estado de assalto (no sentido literal e figurado) antes de completar a conquista dos corações e mentes da maioria dos brasileiros e antes de completar a conquista bolivariana (leia-se: usar a democracia para destruir a democracia) das instituições.

Mesmo assim, o petismo avançou, é preciso reconhecer. Quando vemos essa “juíza” do TSE (Luciana Lóssio); ex-advogada do PT, sentar-se em cima do processo de investigação das contas de campanha de 2014 de Dilma Rousseff para impedir sua condenação após seus pares votarem por maioria pela continuidade do processo, tem-se uma leve noção de até onde chegaram. E o quão urgente é retirá-los do poder. Mas, tudo indica, parece, não avançaram o insuficiente para impedir que o estouro da represa de escândalos de corrupção os leve ao colapso.

Há um “gap” entre as lideranças que mobilizam o povo nas ruas contra o petismo e seus cúmplices, e as lideranças políticas tradicionais que comandam os partidos e os poderes constituídos da República. Para o azar do PT, há hoje, entre as centenas de grupos autônomos que convocam as mobilizações de rua e disputam a opinião nas mídias sociais, milhões de brasileiros que têm a garra que falta ao PSDB para derrotar o PT.

Há uma conexão “espiritual” entre o povo que vai as ruas por um Brasil decente e o juiz Sérgio Moro, os procuradores e delegados da PF que investigam a Lava Jato. Eles não foram eleitos para nos representar, mas, pelos mecanismos republicanos que os colocaram nas posições que ocupam para exercer o dever que exercem com dignidade, eles nos representam mais do que nenhuma autoridade sufragada nas urnas.

Para que a vontade legítima do povo de remover o petismo e seus cúmplices do poder (expressa nas pesquisas de opinião e nas ruas) seja correspondida pelas atitudes dos líderes da oposição, pelas autoridades do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, há obstáculos a transpor.

E os primeiros estão dentro da oposição. É inadmissível que o senhor Geraldo Alckmin, diante da falência do Estado brasileiro e do sacrifício cobrado das futuras gerações em função dos governos petistas, se dê ao luxo de impedir a unidade do PSDB com as oposições e com o PMDB, em torno do impeachment, movido apenas pelo calculismo desprezível de alguém que coloca suas ambições pessoais acima dos interesses de toda uma nação. Para quem já foi visto como uma liderança promissora; um eventual presidente mais qualificado que outros líderes do PSDB, Alckmin hoje é percebido como um TRAIDOR! Como um estadista para Pindamonhangaba, pois, para ser presidente dos brasileiros, não serve!

Felizmente, Alckmin sozinho não tem poder de impedir que deputados e senadores do PSDB se unam ao PMDB para selar o acordo capaz de abreviar, com a benção da cúpula das Forças Armadas, o mais rápido possível, dentro das regras da democracia, e passagem do petismo pelo poder. Mas, isso não basta.

Apesar do pessimismo de muitos diante das manobras desesperadas do petismo para sobreviver (mais um adiamento no TCU, mais um adiamento no TSE), o fato é que que a trajetória da cassação do mandado de Dilma, seja pelo TSE, seja pelo impeachment no Congresso, segue avançando.

A confirmação desses avanços está nas mãos dos ministros do Tribunal de Contas da União; do presidente da Câmara dos Deputados e seus liderados, do presidente do Senado e dos seus liderados, do Procurador Geral da República, dos ministros do TSE e dos ministros do STF.

Jogo duro? Sim, duríssimo. Sem pressão do povo nas ruas, não avançaremos.

Dispo-me, nesse momento, da minha condição de analista político e invisto-me da condição de cidadão e pai de um brasileiro de dezesseis anos de idade.

Há mais de trinta anos rompi com o Partido dos Trabalhadores e me converti em seu crítico contumaz ao descobrir em estado larvar o verme da corrupção e do autoritarismo que hoje ameaça nossas liberdades, nossa democracia e o futuro da nação.

Há muito perdi as ilusões ingênuas que nutrimos na juventude com relação à natureza humana nas relações de poder e interesse. Agradeço ao PT pela lição. Por isso, não vou apelar ao espírito altruísta e republicano de vossas excelências. Vou apelar aos interesses pessoais de cada um dos senhores e senhoras que, no TCU, no TSE, no STF e no Congresso Nacional, têm o poder de tomar decisões em consonância com a vontade do povo. Por instinto de sobrevivência.

Não nos façam perder a paciência (que já está no limite). Não nos façam perder a fé e a confiança numa solução democrática e institucional para a situação em que o petismo meteu o Brasil que vamos entregar aos nossos filhos. Os senhores estão abusando. Isso não é ameaça. É alerta!

Sim; sei, aprendi com Maquiavel e os pensadores liberais. O auto interesse é o motor do ser humano e a mola do progresso. Por isso, sei que os senhores não são capazes de ouvir a vontade das ruas.  Sei que os gabinetes herméticos de Brasília, nos quais os senhores tramam as estratégias de suas carreiras movidos por ambições desmesuradas, os impedem de se conectarem aos sentimentos mais puros e profundos do povo que os colocou no topo das instituições desse arremedo de “república” que construímos.

Por isso, vou apelar ao sentimento mais nobre e autêntico que move o ser humano; o egoísmo, o auto interesse que, a despeito das vontades individuais, gera o interesse coletivo em colaborar para a estabilidade social.

Sem estabilidade social não há paz, não há bem-estar material, não há progresso. Sem esse equilíbrio gerado pelo interesse de todos na paz social e na segurança pública, não há civilização e nem autoridades constituídas. Há a guerra de todos contra todos.



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Paulo Moura é Professor e Membro do Grupo Pensar+

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