quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Multidão de refugiados gera racismo na Europa



Há bem poucos anos, a Europa se queixava do excesso de imigrantes. Mas ela precisava de mão-de-obra, e também precisava dividir a prosperidade com os trabalhadores dos antigos territórios coloniais. Eram os paquistaneses na Inglaterra, ou os Argelinos na França. Mas essa chamada "invasão estrangeira" mudou de perfil. Agora, o drama tem como protagonistas os refugiados. Nós já falamos dessa multidão que cruza o Mediterrâneo para pedir asilo na Itália ou na Espanha. Os barcos afundam, e este ano mais de dois mil já morreram afogados. Eis que hoje, terça-feira, dois alertas foram lançados ao mesmo tempo. O primeiro veio das Nações Unidas.

O Alto Comissariado de Refugiados fez as contas e anunciou, em Genebra, que 160 mil desesperados já desembarcaram desde janeiro na Grécia. Só em julho, foram 60 mil. A Grécia é um país pequenininho, com pouco mais de 10 milhões de habitantes. Mas é também um país que afundou numa profunda crise econômica. Não tem como dar casa e emprego para tanta gente. Mesmo assim, a ONU fez um apelo para que o governo grego demonstre generosidade.

O segundo alerta veio da Alemanha. O governo de Berlim calculava que receberia este ano 450 mil refugiados. Fez uma nova previsão e agora espera 750 mil. Mesmo sendo o país mais rico da Europa, ele vai ter dificuldades para absorver tanta gente. A Alemanha superou a Suécia, que até agora recebia mais refugiados. Esses desesperados fogem dos conflitos africanos, fogem da guerra civil na Síria, que já dura quatro anos. E fogem também do Iraque e no Afeganistão. O mundo não está nem mais, nem menos violento. A única grande novidade que faz imensos estragos são os malucos do Estado Islâmico, que atuam no Oriente Médio, e espalharam franquias na Nigéria e na Líbia. A solução, então, é fugir para a Europa. Mas ela não tem uma capacidade ilimitada para receber essa multidão de vítimas. Isso gera intolerância, e essa coisa horrorosa que é o racismo.

É assim que o mundo gira.

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