sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Desemprego aumenta, e governo parece perdido



O desemprego continua avançando e em ritmo cada vez mais acelerado, especialmente em relação ao ano passado, quando a situação era de quase pleno emprego. O pior é que isso está ocorrendo numa época em que o desemprego deveria perder força, já que a proximidade do final do ano sempre dá um fôlego à mais na geração de vagas. Só que agora tem uma recessão pesada, que já prejudica também o rendimento médio do trabalhador e a qualidade do emprego. Muita gente demitida acaba tendo de trabalhar sem carteira assinada ou por conta própria.

 As vagas informais cresceram 60 mil só de junho pra julho. E as perspectivas são ruins. Só estão saindo dados mais fracos da indústria, da construção, do comércio, dos serviços. E o governo parece perdido em relação a essa questão do emprego. Não tem uma estratégia. Veio com aquela proposta de redução de salários e jornada de trabalho, que como estamos vendo, não está conseguindo frear muito as demissões. Acordos nesse sentido estão ocorrendo, mas em outras bases, já que a medida favorece empresas que já estavam demitindo.

Nesta semana voltou àquela velha prática de privilegiar determinados setores, garantindo crédito mais barato, nos bancos estatais, para o segmento automobilístico, por exemplo. Como se um setor ou os empregos de um setor fossem melhores que de outros. E ontem garantiu, no Congresso, a oneração da folha de salários. Aumentou a tributação para as empresas, o que pode resultar em mais demissões. A indústria reclamou, alertou, apresentou propostas alternativas, mas nada.

O governo quer reforçar o Caixa, pra garantir um saldo positivo das contas. A indústria já prevê até uns 200 mil cortes a mais por causa dessa mudança. O que devemos ter pela frente é mais recessão e desemprego, afetando a geração de impostos, o que dificulta o cumprimento da meta fiscal, de superávit das contas do governo. Enfim, pode ser mais um tiro no pé.

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