Por Ucho.Info
Contra o relógio – Com o cerco da Operação Lava-Jato se
fechando por causa de seu envolvimento no recebimento de propinas do Petrolão,
a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT) mudou o comportamento
nos últimos dias. A petista está tornou-se mais furtiva, tem evitado aparições
públicas e até mesmo seu conhecido fanatismo em defesa do governo Dilma perdeu
força.
Dois exemplos dessa nova postura foram notados nos últimos
dias. Com presença confirmada no lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da
Petrobras, na segunda-feira (13), na Assembleia Legislativa do Paraná, Gleisi
não compareceu ao evento. O sindicato dos petroleiros, organizador da frente,
não conseguiu explicar a ausência da petista.
O sumiço, no caso em questão, está calcado em motivos
óbvios. Gleisi tem seu nome enrolado nas denúncias de corrupção na Petrobras. O
ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal na Lava
Jato, detalhou repasse de R$ 1 milhão para campanha de ex-ministra-chefe da
Casa Civil. Participar de evento em defesa da Petrobras poderia parecer
provocação, o que daria margem a perguntas constrangedoras de jornalistas.
Na última semana, outra ação de Gleisi surpreendeu muitas
pessoas. Embora estivesse presente no plenário do Senado, a parlamentar
paranaense, que pode perder o mandato, não votou seguindo a orientação do
governo na questão crucial do reajuste dos aposentados. O Palácio do Planalto
esperava que sua obediente tropa de choque votasse contra um reajuste aos
aposentados, em defesa dos cofres da Previdência, mas não foi isso que
aconteceu.
“Vários integrantes da infantaria governista preferiram
desertar do placar luminoso. Embora presentes, não digitaram seus votos. A
defecção mais surpreendente foi a de Gleisi Hoffmann, ex-ministra e amiga de
Dilma. O governo perdeu por um placar de 34 votos a 25”, relata o jornalista
Josias de Souza, do jornal “Folha de S. Paulo”.
A mudança no comportamento de Gleisi tem duas
interpretações. A primeira delas sugere que a divulgação de seu envolvimento no
esquema de propinas da Petrobras teria gerado grandes constrangimentos e a
senadora estaria tentando se preservar na esteira de atitudes mais contidas.
Outra avaliação sugere que Gleisi sente-se abandonada pela
presidente Dilma Rousseff e pelo PT. Ao se recusar a votar com o governo no
caso dos aposentados seria uma forma de demonstrar descontentamento com a da
República, que não aceitou nomear o marido da senadora, o ex-ministro Paulo
Bernardo da Silva, para a direção-geral da binacional Itaipu.
Enquanto Bernardo continua desempregado, o irmão do senador
Roberto Requião (PMDB-PR), Maurício, foi contemplado com uma vaga no Conselho
Administrativo da hidrelétrica. Uma boca rica que rende R$ 25 mil mensais com a
obrigação de participar de apenas uma reunião mensal.
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