Por Diário do Poder
Benedito Rodrigues
Oliveira Neto, o Bené,
é dono da empresa denunciada pelo MPF.
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Enrolado em
escândalos do PT, Bené é réu por fraudar licitação
O Ministério Público
Federal em Brasília denunciou à Justiça nove pessoas - sete ex-funcionários do
Ministério das Cidades e dois empresários - pelos crimes de peculato e fraude
em licitação.
Eles são acusados de
desviar R$ 2,9 milhões dos cofres públicos em um contrato para a organização de
14 eventos realizados pelo ministério. Os crimes foram cometidos entre 2007 e
2009, entre a realização do pregão eletrônico e a execução do contrato pela
empresa Dialog Serviços de Comunicação – atual Due Promoções e Eventos LTDA.
O MPF também
ingressou com ação por improbidade administrativa relativa aos mesmos fatos,
com pedido de ressarcimento ao erário. Entre os denunciados, estão o dono da
empresa Dialog, Benedito Rodrigues Oliveira Neto, o Bené, a ex-subsecretária de
Planejamento do Ministério das Cidades Magda Oliveira de Myron Cardoso e o
coordenador de Licitação do Ministério, Francisco de Assis Rodrigues Froés.
Bené participou das
campanhas da presidente Dilma Rousseff e para o governo de Minas, transformandfo-se
em um dos alvos de operação da Polícia Federal na qual foi implicada também a
mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
A ação envolvendo
irregularidades no Minstério das Cidades detalha a atuação de cada um dos
participantes do esquema e as estratégias que permitiram o superfaturamento do
contrato. De acordo com a petição inicial apresentada pelo MPF, apenas em um
dos eventos – a 3ª Conferência Nacional das Cidades, realizada em dezembro de
2007 – o grupo desviou R$ 1,2 milhão em benefício da empresa responsável pela
prestação do serviço.
As investigações
revelaram que as fraudes começaram ainda na fase de elaboração do edital do
pregão eletrônico. A empresa Dialog teria aproveitado-se do esquema denominado
“jogo de planilha” – em que se atribui preço irrisório a itens pouco utilizados
e sobrepreço aos produtos mais consumidos – para vencer a licitação.
“Com um lance de
apenas R$ 24.862,61, que é bastante inferior ao valor de R$ 554.050,14
previamente estimado pela Administração, a empresa Dialog Serviços de
Comunicação e Eventos Ltda. saiu vencedora do certame”, enfatiza um dos trechos
da ação.
Mas o que se seguiu
à assinatura do contrato foi a entrega de produtos pelos valores superiores aos
registrados no mercado e estabelecidos no registro de preços, que serve como
uma referência para o montante máximo que a Administração poderia pagar em cada
aquisição.
Como exemplo do
sobrepreço, o autor da denúncia cita a constatação do Tribunal de Contas da
União (TCU) de que, dos 37 itens fornecidos pela empresa durante a 3ª
Conferência das Cidades, 20 estavam entre 40% e 1.559% mais caros que os
contratados por outros órgãos da Administração Pública em processos
licitatórios realizados no mesmo período.
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