Por VEJA
Presidente Dilma
Rousseff liberou verba para acalmar
deputados e senadores que estão tendo
dificuldade em
obter verbas orçamentárias (Evaristo Sá/AFP)
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Presidente tenta
acalmar deputados e senadores diante das crises política e econômica
Às vésperas do fim
do recesso parlamentar, o governo autorizou a liberação de cerca de 1 bilhão de
reais referente a restos a pagar de emendas parlamentares de 2014 e anos
anteriores. A primeira liberação de recursos a parlamentares neste ano é uma
tentativa do governo de acalmar deputados e senadores em meio às crises
política e econômica, que devem ser acentuadas neste segundo semestre.
Haverá prioridade
aos pagamentos de emendas parlamentares para compra de máquinas e equipamentos,
mas as verbas para gastos com obras também serão contempladas. "Não tem
nenhum milagre. O que tem, pura e simplesmente, é que o governo está cumprindo
a Lei Orçamentária. A nossa esperança é que a base do governo se solidifique
mais", disse o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que atua
diretamente na articulação política do governo. "Queremos mostrar que, no
embate político, temos que unir forças", afirmou.
Um líder partidário
disse ao jornal O Estado de S. Paulo ter recebido telefonema
do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), para comunicar a liberação de
emendas.
Durante o recesso
parlamentar, deputados demonstraram indignação com a dificuldade em obter as
verbas do orçamento. Eles dizem estar sendo pressionados por prefeitos em suas
bases eleitorais que, às vésperas das eleições, não têm recursos para executar
as obras.
Em outra frente para
atender à demanda nos Estados, a presidente Dilma Rousseff reúne nesta
quinta-feira, em Brasília, os 27 governadores em busca de ajuda para evitar a aprovação
de gastos extras previstos em projetos do Congresso, a chamada
"pauta-bomba" de despesas para a União, Estados e municípios.
Dilma também tentará
dar um tom menos pessimista sobre o futuro da economia, mesmo em meio à crise
aguda. Os ministros da área econômica devem apresentar dados mostrando que a
economia pode começar a reagir já no fim deste ano e, apesar das dificuldades,
há uma luz no fim do túnel.
Recuperação - Na
reunião de coordenação política, na segunda-feira, o ministro do Planejamento,
Nelson Barbosa, apresentou a seus colegas da área política dados mostrando que
há indícios de uma reação e uma recuperação real já no ano que vem. Na
quarta-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou, ao sair de uma
reunião com empresários, que há sinais de boas notícias, como uma leve
recuperação das exportações.
Dilma quer que os
dois ministros façam a mesma apresentação aos governadores. A intenção é
angariar apoio às medidas que estão sendo tomadas para tentar recuperar a
economia e, indiretamente, à própria presidente, em uma tentativa de mostrar
que há um projeto de governo e que Dilma é a garantia da solução para a crise
econômica.
A presidente quer
mostrar os caminhos que o governo está traçando para sair da crise, que há
viabilidade política nas suas propostas e que todos podem se beneficiar deles,
desde que mobilizem suas bancadas para aprovar projetos importantes na
recuperação da economia e na repatriação de recursos.
O Planalto afirma
que todos os governadores confirmaram presença na reunião desta quinta-feira,
inclusive os de oposição - apenas no caso de Mato Grosso do Sul deve vir a
vice, Rose Modesto (PSDB). Há, também um movimento, mesmo entre os tucanos, de
ajudar o governo na tentativa de barrar novos gastos no Congresso para evitar
um efeito cascata nos Estados - entre elas, a possibilidade de derrubada do
veto ao reajuste do Poder Judiciário, que podia chegar a 78%.
Dilma deve pedir a
cooperação dos governadores, por exemplo, para barrar o projeto que altera a
correção do FGTS e o equipara à correção da poupança - uma das propostas do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) -, que está rompido com o
governo.
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