Um discurso de Dilma Rousseff só não é pior que o próximo,
aqui se constatou no fim de junho, durante a passagem da comitiva presidencial
por Nova York. Alguns leitores duvidaram: como poderia superar-se a campeã que
conseguira, num único palavrório, enxergar no Petrolão a reedição da
Inconfidência Mineira, promover-se a Tiradentes, comparar a Operação Lava Jato
a uma gigantesca sessão de tortura e rebaixar a inimigos da pátria os réus que
optaram por um acordo com o Ministério Público Federal?
O ceticismo foi destroçado pela saudação à mandioca, que
precedeu a comunhão com o milho, à qual sobreveio a descoberta da mulher
sapiens. Mais alguns dias e outro delírio em dilmês castiço ensinou que
pouquíssimos “processos tecnológicos” foram tão relevantes para a Humanidade
quanto a conquista do fogo e a cooperação. Não era pouca coisa para um julho
só. Mas não era tudo, demonstrou nesta terça-feira a proeza consumada na
festinha de batizado do Programa Pronatec Jovem Aprendiz na Micro e Pequena
Empresa.
Dilma descobriu uma fórmula que permite duplicar o nada,
resumiu o site de VEJA. O vídeo de 18 segundos eternizou o momento soberbo. “E
nós num vamos colocar uma meta, nós vamos deixar uma meta aberta”, decola a
oradora. Se é assim, não há meta a alcançar, certo? Errado, corrige a continuação
da maluquice: “Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta”. Animada com
a salva de palmas, caprichou no bis: “Quando a gente atingir a meta, nós
dobramos a meta”. Mais aplausos. (É uma pena que sabujice não dê cadeia. Mas
isto é assunto para outro post).
A presidente que multiplica por dois metas inexistentes quer
ficar no emprego mais três anos e meio. A meta do Brasil com cérebro é ver
dissolvido por meios legais ─ e o quanto antes ─ um governo que deixou de
existir sem ter começado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário