quarta-feira, 24 de junho de 2015

Lula está querendo ver a sucessora nas ruas ou na rua?

Por Reinaldo Rocha

Luiz Ignácio falou! Uma repetição enfadonha sobre a mídia que ele quer ver controlada e duas novidades. Uma delas: quer que Dilma saía às ruas. O que a afilhada deve dizer? Segundo o padrinho, é hora do beijo e do olho no olho. Esta é a receita. Seria cômico ver Dilma nas ruas olhando fixamente os olhos de quem reclamasse do estelionato eleitoral. Pior: dando um beijo no cidadão indignado.

Esta é a receita de Lula. Nada sobre a farsa ou o desastre anunciado que somos obrigados a vivenciar. Um olhar profundo e um beijo. É para isto que Lula quer ver Dilma nas ruas onde não pode pisar, pois sempre é acompanhada de um panelaço. Estaria Lula tentando jogar Dilma aos leões? É da natureza dele. José Dirceu que o diga.

O segunda novidade é um mea culpa parcial. Usa um majestático “nós” para definir o que é o PT. Ele sempre recorre a esse “nós” faz questão de se excluir.

Quer dizer então que o PT está só interessado em cargos e empregos? Foram os milicianos que hoje defendem suas sinecuras que inventaram este aparelhamento cruel, que colocou a meritocracia abaixo da contribuição partidária? Ou o  lulopetismo criou esse monstro que hoje Luiz Ignácio diz que precisa ser combatido?

Alguém enxerga um traço tênue de sinceridade nisto? Está claro que Lula bate na cria (ou poste) e agora tenta dissociar-se do próprio PT. Deixando cargas pelo caminho e tentando o impossível: isentar-se da responsabilidade.

Quer Dilma nas ruas para ser humilhada. Não diz o que Dilma deveria dizer. Nem o que fazer, exceto distribuir olhares intensos (olhos nos olhos) e beijos. Nenhuma palavra sobre um caminho, o reconhecimento de erros, as correções necessárias, o bolivarianismo e outras barbaridades. Que Dilma escute panelaços.

E agora, o lobista-mor (acima de “consultores de tráfico de influência e corrupção”, nova modalidade criada pelo PT ainda não tributável nos ISS da vida) diz que a companheirada que está pendurada nas tetas de qualquer cargo público, quer somente saber do emprego e do cargo.

É o caso típico do assaltante de bancos recriminando o trombadinha.

Nessa pantomima sem nexo ou lógica, resta claro uma motivação: medo da cadeia!

O líder máximo do PT abandonou a afilhada, o partido e quer que esqueçamos o passado. Dele.

O que não faz o medo!


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