sexta-feira, 17 de abril de 2015

PT e Palácio do Planalto não se entendem e discursos sobre a prisão de Vaccari Neto são antagônicos


(Geraldo Bubniak-AGB-Folhapress)Fio trocado – Mais uma vez os petistas mostram dificuldade para combinar um discurso. A prisão de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, na manhã desta quarta-feira (15), no rastro da Operação Lava-Jato, teve efeito devastador na cúpula do partido, a ponto de o presidente da legenda, Rui Falcão, ter viajado às pressas para São Paulo com o intuito de reunir-se com Lula. O encontro entre Falcão e Lula aconteceu no instituto que leva o nome do ex-presidente da República.

Tão logo a informação da prisão de Vaccari foi divulgada, petistas estrelados avaliaram que o assunto provocaria um considerável estrago não apenas na legenda, mas também e principalmente no governo da presidente Dilma Vana Rousseff. Isso porque surgem evidências de que dinheiro do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, acabou na conta da campanha de Dilma pela reeleição, em 2014. Se isso for comprovado, a legislação permite a abertura de processo para a cassação do registro da candidatura, o que pode culminar com a saída da presidente do poder.

Enquanto petistas discutiam em São Paulo a situação do partido e os efeitos colaterais da prisão de Vaccari, o Palácio do Planalto adotava um discurso de tranquilidade, algo que inexiste nos bastidores palacianos, conforme apurou o UCHO.INFO.

Ministro da Justiça, o petista José Eduardo Martins Cardozo foi escalado pela presidente para mostra à opinião pública que o governo trata a prisão do tesoureiro do PT como algo dentro da “normalidade” na seara das investigações independentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. “Um governo que apoia as investigações jamais fica preocupado”, disse Cardozo.

Entre o que o ministro diz diante de câmeras e microfones e o que realmente acontece nos bastidores do poder há uma enorme distância. Cardozo afirmou que logo no início da manhã desta quarta-feira foi informado, pelo diretor-geral da PF, delegado Leandro Daiello, sobre a nova operação da Lava-Jato, assunto imediatamente levado à presidente Dilma Rousseff.

Enquanto os brasileiros de todo o País querem que os responsáveis pelo Petrolão sejam penalizados de acordo com o que determina a lei, os palacianos fazem figa para que a Operação Lava-Jato tenha fim, pois o governo petista não tem mais condições de suportar novos desdobramentos e prisões. Para mostrar um ar de tranquilidade, mesmo que falso, Cardozo disse que ele o governo defende a apuração máxima do escândalo.

“Apenas digo que há um desejo não só meu, mas da sociedade brasileira, que tudo seja esclarecido, que a verdade venha à tona que todos que praticaram atos ilícitos sejam punidos, os que não praticaram sejam absolvidos”, declarou o ministro.


Em 29 de agosto de 2014, o UCHO.INFO afirmou que a Operação Lava-Jato haveria de subir a rampa do Palácio do Planalto, colocando na alça de mira das investigações o Partido dos Trabalhadores, começando por Lula e Dilma Rousseff. O tempo passou e a nossa afirmação se comprova na esteira da décima segunda etapa da operação da PF que desmontou o esquema criminoso que causou prejuízo de mais de R$ 88 bilhões à Petrobras.

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