Exibindo a confusão mental de sempre, em vez
de condenar o roubo da companheirada, o
ex-governador petista critica quem o pune.
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COMBATE AO ROUBO É PARA DESTRUIR 'UTOPIA DE ESQUERDA', DIZ
TARSO
O ex-ministro da Justiça no governo Lula, Tarso Genro
criticou nesta quarta-feira, 22, o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da
Operação Lava Jato, e afirmou que "está havendo um regime de exceção não
declarado na luta contra a corrupção no País". Em palestra na sede do
Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, o ex-governador do Rio Grande do Sul disse
acreditar que o País caminha para uma inflexão autoritária e afirmou que esse
processo está sendo "instrumentalizado politicamente" pelo que chamou
de "setores do Poder Judiciário vinculados a setores do Ministério Público
e da alta burocracia estatal" para derrotar "o que resta da utopia
democrática da esquerda".
"A questão democrática está sendo dilapidada. Estamos
vivendo, a partir de uma grande articulação,um processo de exceção não
declarado", discursou. Para o ex-ministro, a chamada "instrumentalização
da exceção dentro da ordem democrática que é feita hoje pela elite brasileira
formou um grande partido político". Ele também criticou o "sistema de
comunicação tradicional" e citou nominalmente o juiz Sérgio Moro.
"O juiz Moro, por exemplo, se dedica a estabelecer uma
jurisdição nacional para seus inquéritos, o que não existe. Quando o juiz Moro
diz: 'Eu me reuni com a minha equipe' é o Ministério Público, isso não existe
no Estado de Direito. Um juiz nunca forma equipe com o MP. Estamos nos
encaminhando para um flexão autoritária e para a formação de exceção não
declarada contra a esquerda brasileira", discursou o ex-presidente do PT.
Tarso defendeu a criação de uma nova frente política de
esquerda em direção a 2018. O ex-ministro do governo de Luiz Inácio Lula da
Silva reconheceu o risco de "encerramento melancólico" da gestão
petista em função da crise política atual e da corrupção, que segundo ele
"atingiu setores do partido". Tarso disse, porém, acreditar na possibilidade
de "reversão". "Se as coisas continuarem na marcha atual, vamos
ter em 2018 uma coalizão de centro-direita fortíssima." Em discurso antes
de Tarso, o ex-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse não acreditar
hoje em risco de impeachment da presidente Dilma Rousseff porque "o alvo
não é a Dilma, é o Lula", referindo-se à eleição de 2018.
Publicado originalmente no Diário do Poder
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