terça-feira, 28 de abril de 2015

“Buzinaço” pelo impeachment de Dilma faz Michel Temer deixar feira agrícola sem discursar


michel_temer_24Vexame oficial – Um grupo de cerca de 50 manifestantes fez o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), deixar a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, logo após a cerimônia de abertura, sem fazer discurso ou mesmo conceder entrevista aos jornalistas.

Antes do constrangedor episódio, a organização do evento previa um pronunciamento de Temer, entretanto, no local onde ocorreria o discurso, os manifestantes fizeram um ruidoso “buzinaço” pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff e também do vice-presidente.

Vale ressaltar que a própria cerimônia de abertura da feira foi prejudicada pela manifestação, não sendo possível que nenhuma das autoridades presentes no evento fizesse qualquer tipo de pronunciamento.

Além de Temer, estavam presente os ministros da Agricultura, Kátia Abreu, e de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) – estes dois últimos foram aplaudidos. Apesar dos protestos, não houve qualquer incidente durante a feira.

Em relação ao exigido pedido de impeachment, faz-se necessário esclarecer que o eventual impedimento de Dilma não se estende a Michel Temer, que nesse acaso assume o Poder Executivo em substituição à presidente da República.

A saída de Temer, em concomitância à da presidente da República, só se dá em duas condições: se o vice também for alvo de pedido de impeachment, com fato determinado devidamente comprovado, cabendo ao Congresso Nacional decidir sobre o tema, ou no caso de cassação do registro da candidatura pelo Tribunal Superior Eleitoral. Do contrário, o vice continua sendo o primeiro na lisa sucessória do chefe da nação.

O pavor de Dilma em relação aos “buzinaços” tornou-se tão grande, que a presidente, por orientação de assessores e do próprio Lula, analisa a possibilidade de não fazer pronunciamento oficial na próxima sexta-feira, 1º de maio, quando se comemora o Dia do Trabalhador.

Para alguém que integra do PT, essa decisão, se confirmada, será uma prova de que a crise de credibilidade da petista é muito maior do que se imaginava. Fosse o Brasil um país que adota o impeachment clássico, Dilma já teria se tornado alvo de um processo de impedimento por não mais gozar da confiança da população. 

(Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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