segunda-feira, 30 de março de 2015

Petrolão: prisão do presidente do Grupo Galvão deixa a petista Gleisi Hoffmann em nova saia justa

gleisi_hoffmann_82Prego no caixão – A senadora petista Gleisi Helena Hoffmann, do Paraná, parece viver um contínuo inferno astral. Acreditando que o pior do maremoto de lama que a atinge, assim como ao PT, já havia passado, Gleisi decidiu de forma temerária, na última quarta-feira (25), usar a tribuna do Senado para atacar as investigações da Operação Lava-Jato. Mas como diz a sabedoria popular, o castigo veio a cavalo.

Na quinta-feira (26), a Polícia Federal prendeu o presidente do Grupo Galvão, Dario de Queiroz Galvão. As empresas do grupo doaram R$ 1,4 milhão para a campanha de Gleisi na disputa pelo governo do Paraná em 2014. Acontece que essas doações, assim como todas feitas pela Galvão, estão sob suspeita.

A prisão de Dario Galvão deixa a petista Gleisi em pânico, pois aumenta a possibilidade de ser denunciada em nova delação premiada. A senadora já foi incluída na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por ter sido delatada pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef. Nos depoimentos de ambos, a senadora foi acusada de ter embolsado, em 2010, R$ 1 milhão desviado da Petrobras.

Em 2014, a ex-chefe da Casa Civil da Presidência arrecadou R$ 21 milhões (registrados no TSE) para sua campanha ao governo do Paraná, sendo que boa parte desse dinheiro veio de empreiteiras envolvidas nos desvios da Petrobras, que estão sendo investigadas no âmbito da Operação Lava-Jato.

O dinheiro frio com origem no Petrolão entregue a Gleisi Hoffmann é o quesito que a Polícia Federal tem da forma mais documentada e com as mais detalhadas informações. Sabe-se, por exemplo, quem recebeu para Gleisi: foi um empresário curitibano dono de um shopping popular. Sabe-se também quem levou o dinheiro para Curitiba: Rafael Angulo Lopez, o mensageiro de Youssef, que repassou os recursos em quatro parcelas, em dinheiro vivo, nas dependências do tal shopping. Sabe-se até mesmo a data exata de uma das entregas: 15 de julho de 2010, estabelecida pela PF com base em um voo de Angulo para a capital paranaense.

Apesar dessa fartura de elementos incriminadores, a defesa de Gleisi Hoffmann continua adotando uma linha que nos tempos do então presidente Lula seria considerada “aloprada”. Para tentar rebater as gravíssimas acusações feitas pelo ex-diretor da Petrobras e pelo doleiro, o advogado da senadora tenta colocar em dúvida as acusações, baseada em pequenas e irrelevantes inconsistências nos depoimentos dos delatores. Essa linha pífia e tênue tende a naufragar de vez no momento em que mais uma delação – ou novos indícios de recebimento de propina – surgir no horizonte da Lava-Jato.

A prisão do presidente do Grupo Galvão aumenta de forma exponencial a possibilidade de novas provas incriminadoras contra Gleisi. O mandato conquistado com o uso de dinheiro de origem duvidosa pode estar com os dias contados.



Publicado originalmente no site UCHO.INFO

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