Por Renan Fagalde
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
pediu nesta segunda-feira apoio da população ao ajuste fiscal, dizendo que o
reequilíbrio das contas públicas precisa ser rápido para evitar cenários
marcados por downgrade, crise cambial e inflação alta.
"O apoio da população ao ajuste é muito importante. As
razões dele estão claras", disse.
As declarações do comandante da equipe econômica foram
feitas em encontro com empresários em São Paulo nesta segunda-feira, um dia
após manifestações gigantes tomarem as ruas do país em protestos contra o
governo da presidente Dilma Rousseff, marcado por baixo crescimento, inflação
alta e aperto nas contas públicas.
"Se fizermos ajuste rápido, as pessoas poderão sentir
chão firme para começar a trabalhar", disse o ministro.
Levy lidera um duro ajuste fiscal marcado por aumento de
tributos, redução de gasto público, revisão de benefícios trabalhistas e
previdenciários, fim de subsídios e revisão de desonerações ao mesmo tempo em
que tenta transmitir mensagem de melhora do ambiente de negócios.
Mesmo com autoridades da área econômica indicando uma perspectiva
mais positiva, a economia continua mostrando dados desanimadores.
Em janeiro, a atividade econômica brasileira registrou
retração de 0,11 por cento ante o mês anterior, de acordo com dados do Banco
Central divulgados nesta segunda-feira, num prenúncio de mais um ano difícil.
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AJUSTE NO DÓLAR
Levy considerou que o "ajuste" no dólar e a
desvalorização das commodites são consequência do fim de políticas anticíclicas
nos Estados Unidos e na China.
Na manhã desta segunda-feira, a moeda norte-americana
recuava ante a divisa brasileira, após fechar na máxima em quase doze anos na
sessão anterior, subindo mais de 2,5 por cento em meio a incertezas sobre o
futuro do programa de swaps cambiais.
A fim de estimular a retomada de investimentos, o ministro
disse que as concessões serão retomadas, mas podem ter novas bases.
"Vamos retomar as concessões, talvez em bases
diferentes, para permitir maior participação do capital privado."
Ele também voltou a falar em mudanças nos tributos federais
PIS e Cofins em formulação no Ministério da Fazenda, explicando que o objetivo
é a simplificação do tributo.
Publicado originalmente no site da REUTERS-BRASIL
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