O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou neste
domingo que "a arrogância, aliada à corrupção, cegou a presidente e seus
ministros", o tomar conhecimento das declarações dos ministros José
Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral) em nome de Dilma
sobre os protestos deste domingo (15).
"Confesso que imaginei que, ao voltar da Avenida
Paulista, onde hoje estive de 14h até as 19h com aquela multidão, e pelo que vi
na televisão em outras capitais do país, o governo teria humildade de admitir o
momento político em que vivemos e falaria algo de diferente do que já vem
tentando falar. Se os porta-vozes da presidente Dilma tivessem a mínima
sabedoria para entender o que aconteceu não teríamos uma entrevista tão
desconectada da realidade e mais uma vez essa tentativa de jogar a
responsabilidade na reforma política, declarou.
Ele repudiou a afirmação de que o ato que tomou as ruas das
principais cidades brasileiras teria menor valor porque só teria representado a
parte do eleitoral que não votou em Dilma nas últimas eleições. "Foi
extremamente deselegante com todos os brasileiros a definição rasa dos
manifestantes como somente pessoas que não votaram nela. Quer dizer que não
interessa mais ao governo ouvir 51 milhões de brasileiros em relação às
decisões à frente do país? Pela lógica do ministro, hoje Dilma só governa então
para 7% da população, que é o número revelado na última pesquisa de pessoas que
ainda aprovam a sua gestão", comparou.
Caiado afirma que, uma vez que a Presidência se recusa em
dialogar com a população, o dever recai agora sobre os dois outros poderes
republicanos. "A responsabilidade agora recai 100% sobre os ombros do
Congresso Nacional e do Judiciário. Se a Dilma ao estilo Luís XIV é insensível
ao clamor popular, esses dois poderes têm que tomar as decisões e preservar o
estado democrático de direto no país. Saio de hoje convencido sobre a
necessidade de levá-la para a lista dos investigados. É o mínimo que se espera
da Procuradoria e do Supremo Tribunal Federal", defendeu.
Publicado originalmente no Diário do Poder
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