A que ponto chegaram os grupos ideológicos ligados à disseminação de idéias sobre racismo em nossa Pátria. Nem o Carnaval escapou!
Em matéria publicada na Agência Brasil, integrante do coletivo de mulheres negras Pretas Candangas deu sua opinião, alegando que a irreverência do carnaval pode trazer
consigo preconceitos enraizados na cultura brasileira.
Por ser o Carnaval um evento "prá lá de democrático", esta é uma opinião no mínimo duvidosa, além de eivada de forte teor preconceituoso, por chegar ao ponto de insinuar que fantasias como a tradicionalíssima "Nêga Maluca" ou mesmo homens travestidos de mulheres acabam por reforçar o racismo e a homofobia.
Será mesmo?
Não deram trégua nem para a consagrada marchinha de Lamartine Babo "O Teu Cabelo não Nega".
Para que as dúvidas possam ser dirimidas, vale a pena relembrar o pensamento do ator Morgan Freeman:
"O dia em que pararmos de nos preocupar com a Consciência Negra, Amarela ou Branca, e nos preocuparmos com a Consciência Humana, o racismo desaparece." (Morgan Freeman)
"Como acabar com o racismo? Parando de falar sobre ele. Eu vou parar de chamá-lo de homem branco, e eu vou pedir que pare de me chamar de homem negro." (Morgan Freeman)
Fonte: YouTube
Como pessoas lúcidas e inteligentes, também não podemos deixar passar desapercebido o que está escrito no "3º mandamento" do Decálogo de Lênin:
"Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a
discussões sobre assuntos sociais"
Para que se cumpra no Brasil o preconizado no "3º mandamento",
que tem em seu cerne a geração de conflitos de grupos, não se precisa fazer
muito esforço, bastando apenas observarmos o número
de associações de homossexuais, de ateus, de sem terra, de sem teto, ou de
qualquer outro tipo de classe (negros, índios, quilombolas, etc) que se multiplicam hodiernamente, e que, na realidade, fazem com que a sociedade se divida gerando
conflitos internos, insegurança, fazendo parte do processo de centralização do
poder.
Em um dado momento a situação será tão perigosa que justificará um
governo autoritário, despótico, com tanto poder concentrado em poucas mãos que
um pessoa sozinha poderá mandar alguém para o "paredón" sem
julgamento.(Vide o caso cubano)
Não se iluda,
pois não serão bandidos que serão mandados para a execução, mas sim os inimigos
políticos do regime com o fim de perpetuar no poder as mesmas pessoas.
ACORDA BRASIL!!!
Fantasias de carnaval podem reproduzir preconceitos contra negros e homossexuais
Por Pedro Peduzzi - Agência Brasil
A irreverência do carnaval em muitos casos pode trazer
consigo preconceitos há muito enraizados na cultura brasileira. Fantasias como
nêga maluca ou mesmo homens travestidos de mulheres acabam por reforçar o
racismo e a homofobia, explica a integrante do coletivo de mulheres negras
Pretas Candangas, Daniela Luciana. Segundo ela, isso é bastante comum nos
blocos de rua. Ontem, no entanto, acabou ocorrendo também durante o desfile da
Mangueira, no Rio de Janeiro, quando, em alguns momentos, integrantes da
comissão de frente desfilaram com vestimentas que lembram personagens
conhecidas como nêga maluca.
“Sei que os carnavalescos têm autonomia para fazer isso e
que, muitas vezes, a comunidade não tem poder de decisão para evitar coisas
desse tipo. Mas, nesse caso, coreógrafo e diretoria acabaram por cometer esse
erro [reforçar preconceitos por meio de estereótipos], o que ofuscou o brilho
da escola”, disse a integrante do Pretas Candangas à Agência Brasil. “Mesmo que
digam que não se trata da fantasia de nêga maluca, eles usaram de elementos que
estereotipam o corpo da mulher negra, com seios e nádegas ampliadas. Não é
homenagem. Não gostei”, acrescentou.
A crítica de Daniela se estende também às pessoas que usam a
fantasia nos blocos de rua. “Em Belo Horizonte, por exemplo, há um bloco onde
todos integrantes saem de nêga maluca. Nós, negros, somos um quarto da
população e repudiamos ser representados como malucos. Cabelo e pele de negro
não é fantasia, até porque temos de usá-los o ano inteiro. Não é objeto de
riso, mas a identidade de alguém. E muitas pessoas morrem pelo simples fato de
serem negras”, disse a integrante do coletivo Pretas Candangas.
Na avaliação dela, a pessoa pode até não saber que está
sendo racista e se achando engraçada. “Mas quem diz se é racismo é o negro ou a
negra. E, para mim, não existe exceção. É, sim, racismo”, completou, citando
também, como exemplo, marchinhas como O Teu Cabelo não Nega, de Lamartine Babo.
Outro tipo de fantasia que incomoda a integrante do Pretas
Candangas está relacionada à homofobia. “Sou totalmente contra que homofóbicos
se vistam de mulheres. Quando eles se vestem de mulher, estão ferindo quem é
transexual. Às vezes, é uma pessoa que fala mal e discrimina o travesti o ano
inteiro. Mas no carnaval se veste como um, por considerar tal fantasia como
algo ridículo”, argumentou.
A opinião de Daniela é corroborada pelo diretor da
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
(ABGLT) na Região Centro-Oeste, Evaldo Amorim. “Diante da cultura machista da
sociedade brasileira, os preconceitos se apresentam na tendência de buscar
risos e chacotas a partir das formas e vestes femininas. Assim, ridicularizam
homossexuais, travestis, transexuais e a própria mulher, por colocar neles uma
imagem ridícula, inferior, marginalizada e estereotipada. No caso dos
homossexuais, apresentando-os como peças de humor e do ridículo, a exemplo do
que é visto em programas de humor na televisão”, disse ele à Agência Brasil.
Para Amorim, é preciso que o carnaval tenha um limite: “É o
respeito. A cultura anterior não pode ser mantida no sentido de ridicularizar
as pessoas”, disse o diretor da ABGLT. “Acredito que a maioria dos homofóbicos
não participariam dessa brincadeira. Mas há, sim, casos que podem ser
identificados pelo comportamento. Eles usam dessas fantasias para
ridicularizar, inferiorizar o outro.”
O que falta, na avaliação de Amorim e de Daniela, são
campanhas educativas que mostrem às pessoas que, em atitudes desse tipo, elas
podem estar reproduzindo diversas formas de preconceito. No entanto, o que se
veicula na mídia, muitas vezes, é o oposto. “Vimos campanhas de uma cerveja
dizendo às pessoas que, durante o carnaval, guardem o [termo] 'não' em casa.
Isso é machismo, porque estimula homens a forçarem beijo nas mulheres. Acontece
muito em Salvador. Lá os homens têm o hábito não só de roubar beijos, mas de
passar a mão nas mulheres”, argumenta Daniela.
O fisioterapeuta Terge Vasconcelos se fantasiou de nêga
maluca no último sábado, quando foi entrevistado pela Agência Brasil. Ele
discorda da opinião da representante do Pretas Candangas. “Trata-se apenas de
uma fantasia para brincar o carnaval. Nunca fui tachado de racista por ninguém
em toda a minha vida. Pulo carnaval cercado de pessoas de todas as raças, que
fazem parte do meu círculo de amizade”, disse. Nesta segunda-feira de carnaval,
Terge se fantasiou de “Barbicha”, uma sereia com barba no rosto, dentro de uma
caixa de boneca no estilo da Barbie. “Cada dia brinco com uma situação diferente.
É para isso que existe o carnaval”, acrescentou.
Na opinião da integrante do coletivo de mulheres negras, a
legislação brasileira, que proíbe, por exemplo, o uso de símbolos nazistas,
deveria fazer o mesmo em situações como fantasias que incitem racismo ou
homofobia. “Esses preconceitos estão no cotidiano do brasileiro, não apenas no
carnaval. Portanto, no carnaval não seria diferente. Mesmo se usada como forma
de ironia, com o objetivo de chamar a atenção para o racismo, é melhor não usar
essas fantasias porque corre o risco de surtir o efeito oposto, tornando-se
ofensivo a alguém. Se tem o risco de ser ofensivo, é melhor não usar”, destaca
Daniela.
Publicado originalmente no site da Agência Brasil
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