Por Ucho.info
Ultrapassando limites – A decisão do ministro da Justiça,
José Eduardo Martins Cardozo, de se reunir com os advogados das empreiteiras
investigados na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e garantir que o
governo petista usará seu poder para interferir no julgamento dos processos
decorrentes do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da
humanidade, caiu como bomba na seara política. Isso porque Cardozo transcende
suas funções ao tentar ingerir no escândalo que cada vez mais empurra o Partido
dos Trabalhadores na direção do ralo e coloca a presidente Dilma Vana Rousseff
contra a parede.
A atitude de José Eduardo Cardozo suscitou críticas de todos
os lados, inclusive do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STP) Joaquim
Barbosa, que disse ser necessária a imediata demissão do ministro da Justiça,
que ultrapassou os limites do bom senso e foi protagonista de clara ameaça ao
povo brasileiro, que se vê diante da construção de um golpe esquerdista que
pode perpetuar no poder uma organização criminosa atuante na política.
“Não é função do ministro da Justiça se reunir com advogados
de empresas que estão sendo investigadas pela Polícia Federal. Trata-se de uma
postura, no mínimo, imprópria”, afirmou o líder do PPS na Câmara, deputado
federal Rubens Bueno (PR). Reportagens da revista Veja e do jornal “Folha de S.
Paulo” informam que José Eduardo Cardozo (PT) teve pelo menos três encontros
com defensores da UTC e Camargo Corrêa em fevereiro. Os advogados das empresas
que são alvo da Operação Lava-Jato teriam pedido ajuda de Cardozo para
convencer ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a soltar os executivos
acusados de pagar propina para conseguir obras da Petrobras.
De acordo com a “Folha”, um advogado que participou de um dos encontros afirmou que o ministro garantiu que o governo usaria seu poder para ajudar as empresas no STF, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e na Procuradoria Geral da República (PGR) para soltar os 11 executivos que estão presos há meses.
Já a revista Veja informa que um dos encontros do ministro
foi com o advogado da UTC Sergio Renault e ocorreu no dia seguinte à decisão do
STF de negar nova prisão do petista Renato Duque, o ex-diretor de Serviços da
Petrobras acusado de ser um dos operadores do petrolão. O ministério confirmou
as reuniões, mas negou que foram tratados assuntos referentes a Lava Jato.
“Se esses relatos forem verdadeiros, se essas reuniões
aconteceram mesmo e se o ministro prometeu interferir nas ações dos tribunais e
da Procuradoria da República, esses órgãos devem reagir para reafirmar sua
independência diante do Executivo. Nós, da oposição, estaremos atentos para
qualquer tentativa de manipulação na investigação e no julgamento dos
envolvidos nesse escândalo”, afirmou o líder do PPS.
Cardozo disse aos advogados das empreiteiras que o governo
ajudaria as empresas no STF, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e na
Procuradoria-Geral da República (PGR) para soltar os onze executivos que estão
presos há meses.
Coincidência ou não, na última quinta-feira (12) o
criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira estava no aeroporto de Brasília
à procura do voo que o levaria de volta à capital paulista. Mariz é responsável
pela defesa de Eduardo Hermelino Leite, conhecido como “Leitoso”, que de forma
rápida afundou na lama do Petrolão, como se no Brasil inexistissem pessoas
sérias e dispostas a passar o País a limpo. Há mais de três meses na carceragem
da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, “Leitoso” pode não sair tão
cedo da prisão, pois o juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável pelos
processos da Lava-Jato, pode condená-los em breve.
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