Por Gen Gilberto Rodrigues Pimentel
Ao verificar o quadro em que vivemos atualmente no Brasil,
caberia perguntar como viveríamos se as tentativas de tomada do poder pelos
comunistas não fossem frustradas pela ação da sociedade brasileira, respaldada
por seus militares.
Não vamos tratar de como seria o panorama agrícola, a
infraestrutura, a educação, o comércio exterior, a tecnologia, as comunicações,
os transportes e tantas outras coisas que devem ao período revolucionário seu
maior progresso até hoje, obras realizadas com dedicação, visão de futuro e
honestidade pelos governos de então.
Nunca antes, na história deste país, tantos deveram tanto a
tão poucos, e por tanto tempo.
Limitados pelo espaço e pelo tempo, vamos nos ater apenas a
dois dos mais graves desafios atuais: a falta de água e de energia elétrica.
Lutando contra o colapso hídrico, passou quase despercebida
a notícia recentemente publicada nos jornais: mais de 80% dos grandes reservatórios
de água e barragens hoje existentes foram construídos ou ampliados pelos
governos militares. Ou seja, há mais de trinta anos não se constrói obra
hidráulica de vulto no país.
Se os comunistas – sim, eles existem, embora se escondam,
mudem de denominação, digam-se democratas e até neguem existir – tivessem
tomado o poder na década de 60, com toda a certeza as obras não seriam
realizadas, e a falta de água teria se manifestado muito antes.
Preocupados com a próxima eleição e não com o futuro do
país, os governos de esquerda ou socialistas – e não democráticos, como se
autointitulam – não teriam a visão, o desprendimento e a coragem de construir
as grandes represas, como Itaipu, Tucurui, Jupiá e Ilha Solteira. Pelo
contrário, estariam perdidos em discussões estéreis, com as obras pela metade e
com os custos das mesmas atingindo as nuvens. Além disso, a corrupção endêmica,
típica dos governos esquerdistas, devoraria grande parte dos recursos públicos
destinados às obras.
As grandes represas cumpriram duas importantes funções: a
criação de um grande lago de acumulação de água e a geração de energia
resultante do acionamento das turbinas pela vazão do líquido.
A Petrobrás, no período militar, aumentou a produção de 75
mil para 750 mil barris/dia de petróleo.
Na parte específica de energia foram criadas ainda a
Eletrobras e a Nuclebras, construídas as Usinas de Angra I e Angra II e
iniciou-se a prospecção de petróleo a grandes profundidades, na Bacia de
Campos.
Surgiu também o Pró-Álcool, que chegou a abastecer 95% dos
automóveis brasileiros – lembremos que no período a frota nacional cresceu de
1,6 para 13 milhões de veículos. Hoje, os motores dos automóveis são
bicombustíveis e a gasolina consumida tem 25% de álcool.
Para ficarmos apenas no campo da hidrologia e da energia, os
governos “socialistas” fariam tantas e tão importantes obras? Ou tudo não
passaria de grandes promessas, com surtos de construção e grandes paralisações,
como acontece com as hidrelétricas de Jirau e de Santo Antonio? Ou, ainda, com
a infindável Transposição do Rio São Francisco, que, aliás, só teve concluído
antes do prazo e com gastos menores que os orçados, o trecho executado pela
Engenharia do Exército? Ou com a alardeada produção de petróleo do pré-sal,
redenção econômica e energética do Brasil, que se arrasta por tanto tempo,
embora já tenha sido vendida como a grande descoberta atual da Petrobras, não
obstante seja conhecida desde o governo Geisel? Na verdade, sua exploração hoje
é tão antieconômica quanto o era naqueles dias.
A triste realidade é que os políticos dos governos que se
seguiram aos militares, como quase nada fizeram, querem destruir o que foi
feito ou apossar-se dos louros por obras alheias. De preferência, enriquecendo
no processo.
Muito pior, por certo, seria nossa situação atual se a
esquerda tivesse assumido o poder na década de 60, transformando-nos numa
“grande Cuba”.
Publicado originalmente no site do Clube Militar
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Gen Gilberto Rodrigues Pimentel é o Presidente do Clube
Militar
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