quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Direito à VERDADE HISTÓRICA:
Homenagem à Carlos Marighella - O dia em que o governo brasileiro homenageou um TERRORISTA

Por Luiz Osório Marinho Silva

Brasília, 20 de julho de 2013

O nosso Congresso homenageia um assassino que matou e ensinou a matar! Quanta hipocrisia!

O atual governo brasileiro, por intermédio dos poderes executivo e legislativo, apoia, de forma explícita, o terrorismo.

No dia 8 de julho de 2013, uma segunda-feira, no período das 11 às 14 horas, no Plenário do Senado Federal, foi realizada uma Sessão Especial, em homenagem ao centenário de nascimento do terrorista Carlos Marighella, autor do “Manual do Guerrilheiro Urbano”, um documento com detalhamento de táticas de guerrilha e de como causar morte e destruição ao inimigo, para servir de orientação aos movimentos revolucionários comunistas.

A homenagem foi iniciativa do Senador do Amapá, pelo PSB, João Alberto Rodrigues Capiberibe. O requerimento foi também assinado pelos seguintes Senadores: José Sarney, do Amapá (PMDB); Lídice da Mata, da Bahia (PSB); Aloysio Nunes Ferreira, de São Paulo (PSDB); Randolfe Rodrigues, do Amapá (PSOL); Inácio Arruda, do Ceará (PC do B); Antônio Carlos Valadares, de Sergipe (PSB); e Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal (PSB).

O traje previsto no convite era o passeio completo ou o uniforme correspondente. Mas, esse detalhe não foi obedecido e alguns convidados vestiam traje esporte. Nesse aspecto, a própria recepcionista do Senado dizia que naquele local não havia essa exigência.

No Plenário do Senado, incluindo o presidente da Sessão Especial, senador João Capiberibe, e os demais componentes da Mesa Diretora, havia cerca de 80 pessoas, quase todas sentadas nas cadeiras destinadas aos senadores e algumas nas cadeiras laterais. As galerias estavam vazias. Apenas, em três ocasiões, pequenos grupos de visitantes, um deles de jovens evangélicos, guiados por funcionários do Senado, passaram rapidamente pelo local, tirando algumas fotos, sem entender, por certo, o triste significado para o Brasil de tal homenagem.

Além do presidente da Sessão, fizeram parte da Mesa Diretora as seguintes pessoas: Lídice da Mata, Senadora; Carlos Camilo Capiberibe, Governador do Amapá (PSB); Janete Capiberibe, Deputada Federal do Amapá, pelo PSB; Paulo Abrão Pires Junior, Secretário Nacional de Justiça e Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça; Iara Xavier Pereira, ex-terrorista da ALN e atual representante do Comitê pela Verdade, Memória e Justiça do Distrito Federal; e Carlos Augusto Marighella, filho de um breve relacionamento do terrorista homenageado com Elza Sento Sé.

Cartazes colocados no Plenário do Senado diziam que “a Sessão Especial destinava-se a comemorar o centenário de nascimento do político e guerrilheiro Carlos Marighella”, mesmo tendo ele nascido em 2011. Deveria também ter sido acrescentado o termo terrorista, que melhor definiria a figura do homenageado pelo governo brasileiro.

Foram citados, entre os convidados, alguns nomes, como os do Embaixador da Croácia e de representantes do governo cubano, além da ex-terrorista Zilda Paula Xavier Pereira, mãe de Iara Xavier Pereira e de Iuri e Alex Xavier Pereira, esses dois últimos mortos no confronto da luta armada, todos eles integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo terrorista criado por Carlos Marighella, para, segundo eles, combater a ditadura militar e restabelecer a democracia no Brasil.

Durante as três horas da Sessão, transmitida em parte pela TV Senado, usaram a palavra, para enaltecer a “grande” figura de Carlos Marighella, as seguintes pessoas:

- Senador João Capiberibe, que disse ter sido militante da ALN e admirador do homenageado, razão pela qual tomou a iniciativa de propor a Sessão Especial. Em seu discurso, revelou o inconformismo em ter que passar, para ir ao seu gabinete do Senado, pela Ala Filinto Müller, chefe da polícia que prendeu e torturou Marighella, durante o Governo Vargas. Disse que já tentou mudar o nome da Ala, mas que foi derrotado pelos senadores conservadores.

- Senadora Lídice da Mata, que comparou Marighella a outros heróis nacionais e recitou poesias do homenageado.

- Senador Inácio Arruda, que também enalteceu os feitos do guerrilheiro.

- Senador Randolph Frederich Rodrigues Alves, conhecido como Randolfe Rodrigues, que recordou as lutas políticas de Marighela contra a polícia de Fillinto Müller, as críticas ao então interventor da Bahia Juracy Magalhães e, principalmente, a sua participação como um dos principais organizadores da luta armada, após 1964, contra a “ditadura militar”. Como faz em seus pronunciamentos, deu um tom emotivo ao seu discurso.

- Senador do Distrito Federal Cristovam Buarque, do PDT, que considerou o homenageado um herói nacional.

- Senador Rodrigo Rollenberg, que depois de citar a necessidade do Brasil conquistar também a democracia econômica, lembrou a luta de Carlos Marighella e o colocou como um dos grandes líderes latino-americanos, na mesma categoria de Simón Bolívar, José Martí, Emiliano Zapata, Augusto Sandino e Ernesto Che Guevara.

- Governador do Amapá Carlos Camilo Capiberibe, que disse ter nascido em Santiago do Chile, durante o exílio dos seus pais, que lhe deram o primeiro nome, Carlos, em homenagem ao líder guerrilheiro da ALN.

- Iara Xavier Pereira, que falou da convivência, em sua juventude, com o homenageado, que muito lhe ensinou. Por essa razão, disse que recebeu, com orgulho, a missão de organizar o livro lançado pelo Ministério da Justiça, “Rádio Libertadora, a palavra de Carlos Marighella”. Comentou que tal livro envolveu um grande trabalho de pesquisa, tendo conseguido, inclusive, fitas originais com mensagens do líder da ALN para a Rádio Libertadora, criada para combater o chamado “golpe militar”. Informou que as gravações constam de um CD, que foi anexado ao livro. Citou também a presença de sua mãe, Zilda Xavier, que, em suas palavras, ainda luta para restabelecer a verdade sobre a morte dos filhos. E concluiu, com palavras contundentes, que os torturadores não podem ficar impunes.

- Secretário Nacional de Justiça e Presidente da Comissão de Anistia Paulo Abrão Pires Junior, que ressaltou, em seu trabalho no Ministério da Justiça, três aspectos importantes: Justiça, Memória e Reparação. E que isso estava sendo feito em relação a Carlos Marighella, dizendo que o Estado Brasileiro reconheceu a sua responsabilidade pela morte do guerrilheiro e que o Ministro da Justiça, em Portaria Nº 2.780, de 8 de novembro de 2012, declarou Carlos Marighella anistiado político “post mortem” , nos termos do artigo 1º , inciso I, da lei Nº 10.559, de 13 de novembro de 2002. Falou ainda sobre a importância dos trabalhos da “Comissão Nacional da Verdade” e incentivou a outros militantes a também solicitarem as justas reparações.

- Carlos Augusto Marighella, filho do homenageado, que destacou o exemplo do seu pai e agradeceu as homenagens e o reconhecimento do governo brasileiro. Disse, o que para um filho pode ser compreensível, mas não para quem conhece a verdadeira História do Brasil, que o seu pai deveria ser nome de ruas e avenidas em todas as cidades brasileiras  e que deveria ser construída uma estátua do bravo lutador na cidade de Brasília. Também indicou a outros ex-militantes da esquerda, que ainda não o fizeram, o caminho para reivindicarem os seus direitos.

- Senador de São Paulo Eduardo Suplicy, do PT, que chegou ao Plenário por volta das 13 horas e depois de um pedido de aparte, pediu desculpas por não estar presente antes, dizendo que estava envolvido com os trabalhos de uma Comissão. Em breves palavras, destacou o papel de Carlos Marighella.

Por último, encerrando a Sessão, por volta das 14 horas, o Senador João Capiberibe e o Secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça Paulo Abrão Pires Junior, em nome do Estado Brasileiro, entregaram ao filho de Carlos Marighela o Diploma de Anistiado Político, “post-mortem”, referente ao seu pai. Nessa altura, apenas metade das oitenta pessoas inicialmente presentes ainda permanecia no recinto. Com certeza, nem os antigos militantes da esquerda armada e seus familiares suportam três horas de discursos e de exaltadas manifestações de explícito endeusamento de pessoas que, na verdade, deveriam constar do lixo da História de qualquer país que tenha um mínimo de decência e de amor aos princípios éticos e democráticos.  E nem a maioria do povo brasileiro, que luta, nos dias atuais, por mais saúde, educação e segurança, está interessado nessa campanha de exaltação aos terroristas e de revanchismo contra as Forças Armadas, que têm recebido, desse mesmo povo, o maior índice de credibilidade, como Instituição Nacional e Permanente a serviço da Pátria.

No decorrer da Sessão, os telefones celulares tocavam e eram atendidos normalmente, bem como conversas paralelas ocorriam, enquanto os oradores, da Tribuna do Senado, destacavam as pretensas qualidades do homenageado. Após as palavras de cada orador, as palmas foram tímidas e rápidas, quase por obrigação. Apenas houve aplausos um pouco mais acentuados, após as palavras da ex-terrorista Iara Xavier Pereira, talvez pela citação da presença da mãe, que foi apaixonada pelo fundador da ALN e se tornou a sua principal porta-voz, além de manterem um relacionamento íntimo. Em tudo isso, parece que o principal interesse dessa gente é o lado financeiro, na busca do enriquecimento pessoal.

Vale ressaltar que foi colocado, em cada cadeira do Plenário do Senado, incluindo as laterais, o livro “Rádio Libertadora, a Palavra de Carlos Marighella”, patrocinado pelo governo brasileiro, por intermédio do Projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. No decorrer da Sessão, funcionários do Senado recolheram os exemplares das muitas cadeiras vazias. Esse livro, organizado pela ex-terrorista Iara Xavier, foi editado em 2012, com encadernação de luxo, com tiragem de 3.000 exemplares, podendo ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

Quanto custou a edição desse livro em homenagem a Carlos Marighella, que representa uma clara apologia às ações terroristas? Mas, nas palavras de Paulo Abrão, Secretário Nacional de Justiça, esse livro é um documento raro e com um duplo propósito: servir para estudos e conhecimento do contexto da história recente do Brasil e ao mesmo tempo de homenagem a um bravo líder da resistência brasileira.

BATALHAS PERDIDAS -- Ao ser fuzilado numa rua de São Paulo, em 4 de novembro de 1969: só batalhas perdidas
Marighella ao ser fuzilado numa rua de São Paulo, 
em 4 de novembro de 1969
Os ex-terroristas e ex-militantes da esquerda armada, que hoje estão no poder, perderam totalmente a vergonha. Demonstram, por palavras e ações, que nunca se arrependeram de suas atividades criminosas e até dizem sentir orgulho pelos atos praticados, como se fossem verdadeiros heróis brasileiros que lutaram para implantar no Brasil uma legítima democracia. 

O que eles queriam, de fato, era instalar uma ditadura comunista, espelhada nos exemplos da então União Soviética, de Cuba e da Albânia. E para isso praticaram assaltos à mão armada, explodiram bombas, realizaram sequestros de pessoas e aviões e cometeram assassinatos e atos de violência e terror, inclusive contra pessoas inocentes, além do justiçamento de próprios companheiros. 

Hoje, eles usam o poder para o rápido enriquecimento dos seus companheiros, promovendo e incentivando uma orgia de ricas indenizações e polpudas pensões, com o dinheiro público dos altos impostos pagos pelos brasileiros. E, na fragilidade de nossa democracia, montaram a maior rede de corrupção que jamais existiu neste país. E como não conseguiram implantar tudo isso bem antes, ainda na década de sessenta do século passado, eles odeiam os militares que os combateram e os derrotaram, impedindo o Brasil de se tornar um país comunista.

Mas, nem todos que lá estavam concordam com essa farsa histórica, montada com o dinheiro do contribuinte brasileiro, na tentativa de mostrar que os terroristas eram verdadeiros anjos, lutando contra uma “ditadura sanguinária”. E nem todos os brasileiros aceitam, passivamente, continuar vivendo nesse pesadelo, que tenta perpetuar um grupo no poder e podar as liberdades e garantias individuais.

Não será uma comissão dita da verdade que determinará a inversão da História recente do nosso país, transformando, com atos oficiais do governo, terroristas em heróis e assassinos e criminosos em homens de bem.


Publicado originalmente no site A Verdade Sufocada



Saiba porque o Dep Estadual Flavio Bolsonaro votou contra a medalha de Carlos Marighella




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