domingo, 14 de dezembro de 2014

COM A PALAVRA O COMANDANTE DA MARINHA

Por J.Lezziero

O Almirante Julio Soares de Moura Neto comandante da Marinha de Guerra do Brasil, disse a imprensa após sair de uma solenidade em que participou ao lado da presidenta em Itaguaí-RJ no dia 12 último sexta-feira, que "a CNV cumpriu o papel dela" ,referindo-se ao relatório emitido pelos membros daquela comissão e divulgado pela mídia no dia 11 de dezembro.

Há que se lembrar ao ilustre comandante da Marinha, Almirante Julio Soares de Moura Neto, que na lista apresentada pela tal comissão aparecem nada mais nada menos do que 24 nomes de militares da Marinha Brasileira, entre os quais vários oficiais generais, inclusive ex-ministros de Estado como o vice-presidente da República no governo Médice Almirante Augusto Rademaker, homens de conduta ílibada e esmero profissional, assim como os demais integrantes das Forças Armadas e ex-presidentes da República apontados no famigerado relatório como torturadores, sem que entretanto um nome sequer de terrorista tenha sido mencionado.

Corpo do VA Nelson Gomes Fernandes
Contudo, a Comissão Nacional da Verdade não fez qualquer menção em seu relatório dos nomes do Almirante Nelson Gomes Fernandes e do Sub-oficial da Marinha José do Amaral mortos em virtude de ações terroristas, vítimas que se encontram entre as 126 pessoas civis e militares que tombaram em razão dos atentados perpetrados pelos subversivos e que não foram mencionadas pela CNV.

O Almirante Nelson foi vítimado pelo atentado a bomba, bomba esta colocada por integrantes da facção terrorista AP (Grupo Terrorista Ação Popular criado em 1962) e que foi deixada no aeroporto do Recife no dia 25 de julho de 1966, ferindo 16 pessoas e provocando a morte do Almirante e do jornalista Edson Régis de Carvalho, fato que ocorreu muito antes da decretação do AI 5, apontado pelos subversivos como fator motivacional para o recrudecimento da luta armada.

Ademais, convém lembrar que a CNV não cumpriu as determinações estabelecidas na Lei Nº 12.528 de 12 de novembro de 2.011, que estabelece em seu Art. 2º:

" § 1º Não poderão participar da Comissão Nacional da Verdade aqueles que:
II - não tenham condições de atuar com imparcialidade no exercício das competências da Comissão."

Por isso esse fatos não devem ficar esquecidos e precisam ser evocados pelo chefes militares, em nome da honra, da dignidade e da verdade.

J.Lezziero -  # falei

Opinião - O Globo 13/12/2014

O EQUÍVOCO cometido ao se limitar as investigações da Comissão da Verdade apenas a casos de violência cometida por agentes públicos contra opositores da ditadura começa a cobrar seu preço.

Cardênio Jayme Dolce
AFINAL, HOUVE vítimas de ações dos grupos armados de esquerda, e não apenas entre militares.

UM DOS casos, tratado ontem pelo GLOBO, é o do Guarda Civil Cardênio Jayme Dolce, morto na invasão da Casa de Saúde Doutor Eiras, por um grupo da ALN. A família do guarda, com razão, reclamado esquecimento.

O QUE teria sido evitado se a CV houvesse apurado a verdade por inteiro, de todos os lados. A cada lembrança como esta, o relatório da comissão será mais questionado.

Observação do site "A Verdade Sufocada" 

Não só o caso de Cardênio Jayme Dolce como de vários outros



Publicado originalmente no site “A Verdade Sufocada

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